Depois de votar contra impeachment, Dagoberto aprova projeto de Temer
Depois de votar contra o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), o deputado federal de Mato Grosso do Sul, Dagoberto Nogueira (PDT), não só votou a favor da aprovação da meta fiscal, encaminhada por Michel Temer (PMDB), como foi o relator da matéria no Congresso Nacional.
Dagoberto apresentou um relatório favorável aos cálculos feitos pelo novo governo, que mostram um déficit primário para este ano no valor de R$ 170,5 bilhões, bem acima do que o apresentado pela presidente Dilma Rousseff (PT), que era de R$ 96,7 bilhões. O pedetista falou aos colegas que os dados apresentados se tratavam de um "número justo".
O deputado ainda ponderou que para embasar o seu relatório procurou o ex-ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, que ocupava o posto agora de Henrique Meirelles e este confirmou que o número seria justo. Quando recebeu a missão de fazer a relatoria, do primeiro grande projeto de Michel Temer, Dagoberto disse que "faria o que era correto", sem qualquer ação partidária.
"Se comprovarem que os números têm de ser alterados, eles serão. Se comprovarem que não têm, não serão". A escolha do deputado de MS teve como um dos objetivos "diminuir a oposição" ao novo governo, e até quem saber trazer mais um aliado, já que a princípio o PDT se posicionou como "independente" e não da base de oposição.
Dagoberto chegou a hesitar sobre seu voto no processo de impeachment da presidente Dilma (Rousseff), mas no final decidiu acompanhar a posição do seu partido, que além de fazer parte da base aliada, decidiu se colocar contra as acusações. Em Campo Grande inclusive houveram manifestações contra o parlamentar, para que ele mudasse de ideia.
Entramos em contato com o deputado, mas ele não atendeu as ligações.
Meta Fiscal - Depois de uma longa sessão no Congresso Nacional, os deputados federais e senadores aprovaram na madrugada desta quarta-feira (25), em votação simbólica, a revisão da meta fiscal para este ano, estimada em um déficit de R$ 170,5 bilhões. Foi a primeira vitória de Michel Temer no parlamento.
A sessão durou 16 horas, sendo que o projeto da meta fiscal entrou para votação por volta das 1h15 (horário de Brasília), tendo duração de três horas. Apesar de uma série de discussões e discursos inflamados durante o evento, a base do novo governo saiu vitoriosa na primeira votação polêmica.