Lula cita “republicanidade” e afirma que será parceiro de Riedel por muito tempo
Governador de MS calssificou como uma “grandeza positiva” a disposição do presidente
Durante sua visita a Corumbá, a 430 quilômetros de Campo Grande, nesta quarta-feira (31), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfatizou a importância da parceria republicana entre o governo federal e o governo estadual para enfrentar os desafios das queimadas no Pantanal. Em seu discurso, Lula declarou que será parceiro do governador Eduardo Riedel (PSDB) por muito tempo, apesar de estarem em campos ideológicos diferentes.
"Governador, pode ter certeza de que o senhor será tratado por mim como um irmão, como companheiro, porque é pensando na 'republicanidade' que eu governo esse país. Acho que o povo cansou de ódio, de xingamento, de fake news e tanta asneira que foi feita nesse país. Então achamos que é possível mudar, e só podemos mudar com gestos e não com palavras. Pode ter certeza de que seremos parceiros por muito tempo", declarou Lula.
O presidente também destacou a importância de governar com responsabilidade republicana, colocando o interesse público acima das diferenças partidárias. "Muitas vezes um prefeito do PT não recebe o dinheiro que ele pediu, e o prefeito do outro lado recebe. Isso porque a escolha é republicana, não é partidária nem ideológica. A gente escolhe o projeto dependendo da qualidade. Se o projeto for bom, factível e atender aos interesses da comunidade, não há como a gente negar dinheiro", afirmou Lula.
Citando à época em que o senador Nelsinho Trad (PSDB) era prefeito de Campo Grande, Lula destacou que a distribuição de recursos sempre respeitou uma ordem de prioridade, independentemente da filiação partidária ou ideologia.
"Nenhum prefeito recebeu a quantidade de recursos que Nelsinho Trad recebeu quando eu fui presidente da República. Isso por uma coisa muito simples: quando a gente exerce um cargo público, a gente não abre mão da relação pessoal, de amizade e ideológica que a gente tem com as pessoas. Mas o exercício de governar de forma republicana, leva você à obrigatoriedade de tratar todos com respeito e não atender o governador e prefeito e sim ao povo da cidade. Essa é a relação que tenho tido com todos os governadores", ressaltou.
O governador Eduardo Riedel (PSDB) destacou que Lula focou no resultado “acima de qualquer interesse político ou partidário” nas articulações para o combate ao fogo no Pantanal, classificando como uma “grandeza positiva” a disposição do presidente.
Desde o início das queimadas no Pantanal, o Governo Federal liberou R$ 137 milhões para Mato Grosso do Sul, autorizada por meio de uma Medida Provisória. O montante está sendo utilizado para fortalecer as ações de combate aos incêndios.
Além dos recursos financeiros, a União alocou 870 profissionais do governo federal, incluindo 491 das Forças Armadas, 331 do Ibama, 38 da Força Nacional e 10 da Polícia Federal para atuar em Mato Grosso do Sul. De acordo com dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), entre janeiro e julho deste ano, foram registrados 4.696 focos de incêndio no Pantanal.
