Nove desembargadores decidem se aceitam denúncia contra investigados
A situação dos 24 denunciados pela PGJ (Procuradoria-Geral de Justiça) na Operação Coffee Break está nas mãos não apenas do desembargador Luiz Cláudio Bonassini da Silva. É que caberá à Seção Criminal, composto por nove desembargadores, decidir se acolhe ou não a denúncia. E por enquanto não há data marcada para a votação.
Na sessão em que o processo for analisado, os desembargadores podem acompanhar o relatório de Luiz Cláudio Bonassini, pode pedir vista ou arguir impedimento para atuar no caso. Assim, alguns dos investigados denunciados pela PGJ podem escapar de se tornarem réus. Não se sabe ainda, se Bonassini, em seu relatório, defendeu que todos sejam denunciados.
O desembargador Luiz Cláudio Bonassini recebeu a denúncia do procurador-geral de Justiça Paulo Passos no último dia 31. Toda a investigação da Coffee Break estão em 7 mil páginas, e teve como objetivo apurar suposto esquema para a cassação do prefeito Alcides Bernal (PP) em 2014.
A investigação feita pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) aponta que empresários e políticos tramaram o afastamento de Alcides Bernal, num esquema que envolveu o ocupação de cargos na Prefeitura e vantagens financeiras.
Bernal teve o mandato cassado pela Câmara Municipal na sessão realizada no dia 12 de março de 2014. Dos 29 vereadores, 23 votaram pela cassação e seis contra. Na denúncia, 13 foram acusados de associação criminosa, 11 por corrupção passiva, sendo 10 vereadores e um ex-vereador, e 7 por corrupção ativa e associação criminosa.
Foram acusados de associação criminosa Gilmar Olarte, João Amorim (empresário), João Baird (empresário), Mario Cesar (vereador), Fábio Machinsky (empresário), Airton Saraiva (vereador), Flávio César ( vereador), André Puccinelli ( ex-governador), Nelson Trad Filho (ex-prefeito), Luiz Pedro Guimarães (empresário), Raimundo Nonato de Carvalho (empresário), André Scaff (procurador da Câmara) e Carlos Naegele (empresário).
Na lista dos acusados de prática de corrupção ativa estão Gilmar Olarte, João Amorim, João Baird, Mario Cesar, Fábio Machinsky, Airton Saraiva e Flávio César. Foram denunciados por corrupção passiva (teriam recebido vantagens para votar pela cassação) Edil Albuquerque, Carlos Augusto Borges (Carlão), Edson Shimabukuro, Gilmar da Cruz, Eduardo Romero, Jamal Salém, João Rocha, Alceu Bueno, Otávio Trad, Paulo Siufi e Waldecy Batista Nunes.
Ouvidos pelo Campo Grande News, os advogados dos investigados afiram que as denúncias são inconsistentes e sem provas.