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Política

Sem documentos, CPI fica só com as palavras de Beatriz Dobashi

Zemil Rocha e Mariana Lopes | 17/06/2013 19:32
Secretária Beatriz durante depoimento esta tarde à CPI da Saúde (Foto: Cleber Gellio)
Secretária Beatriz durante depoimento esta tarde à CPI da Saúde (Foto: Cleber Gellio)

A CPI da Saúde da Assembleia Legislativa acabou fazendo uma oitiva pouco produtiva nesta tarde em razão do descompasso entre a requisição de informações documentais e prestação de esclarecimentos através de depoimento pessoal. O prazo para entrega de documentos ainda não se esgotou e o depoimento da secretaria estadual de Saúde, Beatriz Dobashi, acabou sendo feito sem possibilidade de confrontação com documentos oficiais.

Um dos pontos mais esperados era sobre a terceirização de serviços na Santa Casa de Campo Grande, mas as respostas acabaram ficando incompletas. O presidente da CPI, Amarildo Cruz (PT), questionou sobre os serviços terceirizados, afirmando que quando a Junta Interventora pegou a Santa Casa eram 15 contratos terceirizados e devolveu sendo atendida por 100 empresas. “Isso não é verdade”, afirmou Beatriz, sem porém informar dados a respeito dessas contratações. “Vou enviar esses números na documentação solicitada”, avisou, acrescentando apenas que a Junta fez reavaliação dos contratos que existiam e buscou um equilíbrio para poder atender as duas partes.

Amarildo Cruz questionou ainda sobre o Estado repassar recursos para “hospitais particulares”, como o Hospital do Câncer. Beatriz rebateu, dizendo que são “hospitais filantrópicos”.

Quanto à terceirização de serviços no Hospital Regional, a secretária Beatriz Dobashi informou que restringe-se ao serviço de apoio, como a lavandeira, limpeza, arquivo de prontuário e setor de medicamentos. “Todo o atendimento é feito por funcionários do Hospital Regional”, garantiu ela.

Também integrante da CPI, o deputado estadual Lauro David (PSB) questionou o fato de o Estado não dar conta de oferecer serviço de anestesia. “O Estado não tem serviço de anestesia”, admitiu Dobashi, revelando que a empresa Servan é que atende aos hospitais. Segundo ela, já houve investigação do Ministério Público sobre esse serviço e nenhuma irregularidade foi detectada.

Outro tema abordado durante a oitiva foi o fato de o Estado não fazer exame de leucemia. O deputado Amarildo perguntou se é verdade que Estado tem equipamento para fazer esse exame e este foi cedido para uma instituição privada. A secretária respondeu: “Não é verdade. Teve época que o Estado oferecia o exame de câncer, não específico de leucemia, mas era com equipamento da Associação dos Amigos das Crianças com Câncer (AACC), que tem uma parceria com o Estado, tanto que o quarto andar do Hospital Regional é do setor de Oncologia Pediátrica. Mas em determinado momento a AACC disponibilizou esse aparelho em outro laboratório e aí Estado perdeu esse serviço”, afirmou Beatriz.

Sobre a hemodiálise, Dobashi disse que são poucos hospitais que tem esse setor em Mato Grosso do Sul, com atendimento restrito a Campo Grande, Corumbá, Aquidauana, Ponta Porã e Dourados.

 

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