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Política

Zeca e Kemp pedem investigação do MP para evitar rios secos e com veneno

Petistas também prometem ampliar debate sobre legislação para evitar avanço da monocultura

Por Gabriela Couto | 10/07/2024 12:40
Trecho do Rio da Prata, em Bonito, totalmente seco (Foto: Paulo Francis)
Trecho do Rio da Prata, em Bonito, totalmente seco (Foto: Paulo Francis)

Os deputados estaduais Pedro Kemp (PT) e José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT, levantaram o debate sobre a secura dos rios de Bonito, bem como a presença de agrotóxicos na água. Os dois casos foram denunciados pelo Campo Grande News nesta semana.

De acordo com Zeca, a intenção é que o Ministério Público Federal assuma o debate, porque os rios transparentes da Serra da Bodoquena são um patrimônio nacional. “´É inconcebível que um patrimônio desce com as belezas que tem, com as águas que tem, que atrai gente no mundo inteiro, seja constatado que tem quatro tipos de veneno já contaminando as águas cristalinas e bonitas. É desesperador. É crítico. Alguma coisa, tem que ser feita. Como o governo não se mexe, nós temos que fazer alguma coisa”, disparou.

Pedro Kemp disse que deve fazer o pedido amanhã (11). Além do MPF, ele também vai fazer o pedido ao Ministério Público Estadual. “Vamos apresentar um pedido de abertura de investigação, porque está havendo uma expansão muito grande do plantio de soja e cana-de-açúcar na região de Bonito e já foi detectada a presença de agrotóxicos. Isso é muito preocupante”, pontuou.

A intenção é que seja apurado a existência de irregularidades, como falta de licença ambiental para algumas questões de desmatamento. “Não dá para a gente assistir hoje o rio secando e o volume de água diminuindo muito. Não é só a relação das mudanças climáticas, do El Niño, mas também com o desmatamento. Tá avançando demais e aumentando muita a monocultura”.

Leito do Rio Formoso, em Bonito (Foto: Paulo Francis)
Leito do Rio Formoso, em Bonito (Foto: Paulo Francis)

Kemp também quer fazer um debate na Assembleia Legislativa para promover eventuais alterações na legislação para preservar o ecossistema. Em fevereiro deste ano, durante a Operação Carga Máxima na região fiscais emitiram 63 autos de infração com previsão de multas que, somadas, superam R$ 1 milhão.

As infrações mais recorrentes foram: falta de licença ambiental, falta de outorga de poço e captação de água superficial, mau uso do solo com carreamento de sedimento para o rio Formoso, falta de gestão adequada dos resíduos sólidos, capacidade de carga acima da autorizada na licença, supressão de vegetação nativa e operação em desacordo com o que estipula a licença ambiental.

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