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Olarte fala da paixão à primeira vista, de um sonho e das prioridades

Kleber Clajus e Edivaldo Bitencourt | 26/08/2014 07:00
Olarte fala da paixão à primeira vista, de um sonho e das prioridades
"Cheguei em 1983. Tinha 13 anos, mas já era apaixonado por Campo Grande. Antes vinha de belina com meu pai nos fins de semana para visitar minhas avós", diz sobre a primeira relação com a cidade (Foto: Marcos Ermínio)
"Cheguei em 1983. Tinha 13 anos, mas já era apaixonado por Campo Grande. Antes vinha de belina com meu pai nos fins de semana para visitar minhas avós", diz sobre a primeira relação com a cidade (Foto: Marcos Ermínio)

A relação do contador Gilmar Antunes Olarte com Campo Grande começou cedo, quando tinha 13 anos e vinha à Capital para visitar os avós. "Era apaixonado", afirmou o contador, que se tornou prefeito da cidade no dia 12 de março deste ano.

Natural de Aquidauana e formado em Contabilidade, Teologia e Gestão Pública, pai de Igor, 20 anos, e Eloa, 24, e casado com Andreia Olarte, Gilmar faz planos para a Capital, com a qual mantém uma relação de "amor à primeira vista".

Para evitar "injustiça", ele prefere não citar um lugar especial que gosta na Cidade Morena. No entanto, cita com carinho a Avenida Afonso Pena, onde tinha caldo de cana, e o Supermercado Soares, que funcionava na mesma via, entre as ruas Calógeras e 14 de Julho, no Centro. O grupo Soares faliu e fechou todas as lojas.

No cargo de prefeito, ele faz planos, mas ressalta que tudo depende de Deus. "Só Deus sabe quanto tempo é", frisa.

Olarte quer atrair 100 empresas neste período de três anos e nove meses. Na parte do transporte coletivo, cita um sonho, em que solucionava o problema e integrava os ônibus com um ou dois trens.

Ele também cita como prioridade construir o novo Paço Municipal. "Temos que construir uma nova prefeitura, porque Campo Grande merece um complexo com todas as secretarias em local bem arborizado", afirma.

Outra prioridade é concluir o programa de pavimentação e recapeamento das vias com recursos do Governo federal.

As prioridades para 2015 são a construção de um novo acesso à UCDB (Universidade Católica Dom Bosco), o Hospital Municipal, melhorias no Aeroporto Internacional de Campo Grande e na revitalização da área no entorno da antiga Estação Rodoviária.

Confira a seguir a entrevista feita com exclusividade pelo Campo Grande News:

"Tenho uma história com o bairro Santo Antônio, onde morava minha avó materna na Rua dos Andradas, além da Padre João Crippa onde ficava a casa da minha avó paterna"
"Tenho uma história com o bairro Santo Antônio, onde morava minha avó materna na Rua dos Andradas, além da Padre João Crippa onde ficava a casa da minha avó paterna"

Campo Grande News Você nasceu em Aquidauana, como foi a mudança para Campo Grande?
Gilmar Olarte - Cheguei em 1983. Tinha 13 anos, mas já era apaixonado por Campo Grande. Antes vinha de belina com meu pai nos fins de semana para visitar minhas avós. Voltávamos na tarde de domingo.

Quando nos mudamos, meu pai trabalhava no Banco do Estado de Mato Grosso e foi transferido de Maracaju para Rondonópolis, com a divisão do Estado. Fiquei cuidando dos meus dois irmãos e estudava no Oswaldo Cruz, enquanto minha mãe vendia roupas no interior. Desde os oito anos a ajudava e depois tivemos uma loja.

Campo Grande News – Que parte da cidade mais gosta ou tem mais memórias?
Olarte - Não tem como dizer um só lugar. Seria uma injustiça. Tenho uma história com o bairro Santo Antônio, onde morava minha avó materna na Rua dos Andradas, além da Padre João Crippa onde ficava a casa da minha avó paterna.

Também gostava muito da Avenida Afonso Pena, onde tinha um caldo de cana, o Mercado Soares e também comprava verduras no Mercadão Municipal.

À noite, andava pelo calçadão da Barão do Rio Branco. Morava na 14 de Julho e esse era o meu lar. Também estudei na Mace.

"Tive um sonho que tínhamos organizado definitivamente o transporte coletivo fazendo interligação dos ônibus com um ou dois trens que cortassem a cidade" (Foto: Arquivo/Alessandro Martins)
"Tive um sonho que tínhamos organizado definitivamente o transporte coletivo fazendo interligação dos ônibus com um ou dois trens que cortassem a cidade" (Foto: Arquivo/Alessandro Martins)

Campo Grande News – Hoje, como gestor, como pretende deixar a Capital?
Olarte - Quando terminar meu tempo, e só Deus sabe quanto tempo é, quero deixar Campo Grande mais asfaltada com sustentabilidade, com todos os organismos sociais funcionando de fato, mais austera quanto aos gastos para sobrar dinheiro e fazer ainda mais. Tenho desejo de, no final, ter 100 empresas novas com incentivos do Prodes (Programa de Desenvolvimento Econômico e Social de Campo Grande) gerando emprego e movimentando a economia.

Campo Grande News – Quais os projetos que podem ser destacados como prioritários?
Olarte - Tive um sonho que tínhamos organizado definitivamente o transporte coletivo fazendo interligação dos ônibus com um ou dois trens que cortassem a cidade. Algo tão bom que as pessoas iam preferir deixar o carro em casa. Dá para fazer, segundo estudo, sobre os córregos de fora a fora.

Temos que construir uma nova prefeitura, porque Campo Grande merece um complexo com todas as secretarias em local bem arborizado, também recapear a cidade que tem asfalto antigo e com emendas, além de concluir estudo geral da saúde para garantir maior resolutividade na ponta, que é responsabilidade do município.

Campo Grande News – De forma mais concreta, que investimentos podem ser aguardados para o próximo ano?
Olarte - O Hospital Municipal. Estou buscando recurso para nosso hospital, que começa com 260 leitos, mas vai ser modular. Estamos com ele na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) com R$ 100 milhões para começar devagarzinho porque isso é urgente.

Novas obras trarão ainda transtornos no trânsito ao construir o viaduto da Coca Cola, recapear a Avenida Bandeirantes, Brilhante e as entradas de Cuiabá, Rochedo e Indubrasil. Também já está planejado, e custa R$ 2 milhões, outro acesso para a UCDB (Universidade Católica Dom Bosco), pelo Seminário, para diminuir em 40% o fluxo na Avenida Tamandaré.

A Cidade do Ônibus está andando e no aeroporto teremos algumas ações para reduzir o engarrafamento e a falta de táxis.

Na rodoviária velha precisamos revitalizar e a nova pensar em uma ampliação para 2016.

Campo Grande News – Que marca sua administração pretende imprimir na cidade?
Olarte - Acho que a grande virtude, nesses seis meses, foi o trabalho. Prefeito bom é quando se parece a um juiz de futebol que passa desapercebido. Quando isso acontecer vai surgir a marca da resolutividade, de uma gestão que sai do discurso e vai para a prática com humanização. As pessoas podem chegar no posto de saúde e não ter tudo, mas você precisa ter acolhimento e isso leva um tempo para se mudar a visão.

Campo Grande News – Que mensagem deixa aos campo-grandenses no dia em que a cidade comemorar 115 anos de sua fundação?
Olarte - A mensagem é divida em três partes. Primeiro, celebrar uma cidade abençoada que se recupera rápido e começa a voltar a ser feliz.

Em segundo lugar, não devemos nos abater pelas dificuldades. A característica do vencedor é nunca desistir.

Já em terceiro precisamos nos unir em torno da cidade. Não cabe mais aqueles grupos que ficam criando dificuldade para vender facilidade.

A cidade é a prioridade, o gestor é transitório. Temos um comprometimento em não só manter a história, mas honrá-la, enaltecê-la e divulgá-la. Você só terá futuro se valorizar o passado, respeitar os nossos pais que construíram esse lugar.

"Primeiro, celebrar uma cidade abençoada que se recupera rápido e começa a voltar a ser feliz", diz Olarte, sobre os desejos para a Capital (Foto: Marcos Ermínio)
"Primeiro, celebrar uma cidade abençoada que se recupera rápido e começa a voltar a ser feliz", diz Olarte, sobre os desejos para a Capital (Foto: Marcos Ermínio)
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