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A economia e a educação

Benedicto Ismael Camargo Dutra (*) | 28/04/2022 08:30

A paz e o progresso da humanidade devem estar no topo e o dinheiro, ser apenas um meio para as relações econômicas, não um instrumento de dominação. Dinheiro, esse misterioso sempre corre atrás dos juros como aconteceu nos anos 1980 em disparada pelos 20% oferecido pelo FED. A estabilidade do câmbio está vinculada à taxa de juros num sistema canibal; e se o FED aumentar os juros, os dólares somem. Os homens têm astúcia intelectiva, mas a lei da reciprocidade está acelerando a colheita. O mundo se agita com doenças, carestia e emburrecimento do ser humano. A tendência de precarização geral se espalha pelo mundo.

Assustadas com a pressão das turbulências mundiais, as pessoas estão ansiosas devido ao desaparecimento dos momentos leves e alegres. A vida está ficando difícil para todos. A população e seus governantes esbanjavam, não preparavam melhor futuro e a vida ia indo. As transformações econômicas e financeiras e a globalização remodelaram a vida. No início era festa com importados baratos, mas logo foram percebendo as novas dificuldades surgidas. Veio a pandemia, a nova guerra e tudo foi ficando pior. Escola e saúde deficientes. Transporte público terrível. Moradias precárias. Chuvas fortes. Aumento da temperatura. Os seres humanos e sua ciência se acomodaram e as descuidadas condições de vida trazem dificuldades para todos.

O que aconteceria se a humanidade não necessitasse colocar tanto dinheiro em gastos militares e armas letais? Já, a necessidade de defesa é algo antinatural, que significa que os seres humanos ainda se matam por cobiça grande e por ninharias; julgam-se donos do planeta onde têm a permissão de viver por um curto período, e onde a produção de armas é mais importante do que promover o autoaprimoramento.

A guerra entre Rússia e Ucrânia vai se ampliando com a chegada de reforços e armamentos procedentes de outras nações, prolongando os combates em que cada um quer exibir a sua força e potencial destrutivo. O medo rege as ações, e dele nasce o ódio. Sabe-se quando uma guerra começa, mas não se sabe como e quando termina.

No geral, as pessoas têm uma esperança de que a crise vai passar, mas ao término dela o aumento da pobreza estará bem nítido. O Brasil, com seu potencial ofertado pela natureza, está mais frágil diante das sombrias cobiças que vão mostrando a sua cara.

Nas terras do Brasil ainda não surgiu uma Nação dedicada ao progresso do povo; caminhava para isso, mas em 1889 houve uma ruptura e teve início o jogo da perpetuação dos mesmos no poder, aqueles que se julgam donos do país e de sua população. Com a política adotada de valorização do real no combate à inflação com dólar barato na base de juros elevados, por período de quase trinta anos, a indústria foi desaparecendo e com ela a experiência técnica. Os preços dos importados eram baixos, mas não havia mais empregos.

Com o processo da desglobalização em andamento, no Brasil a economia deveria fortalecer o livre desenvolvimento das atividades produtivas agropecuárias e fabris, dar bom preparo às novas gerações para a vida, o que ensejaria a criação de uma sociedade conscientizada e, consequentemente, apta a desenvolver um progresso equilibrado.

A Educação das novas gerações tem de incluir a natureza e suas leis, além de disseminar os valores universais, o saber sobre os temas que afligem a sociedade. Atualmente, as crianças recebem conteúdos através da imprensa escrita, falada, televisiva, filmes e internet que trazem elevada carga de informações negativas. As escolas têm de ir além do simplesmente formar bons profissionais; deve disseminar os valores universais, formar o ser humano na direção do autoaprimoramento, capacitando-o a opinar sobre os temas que afligem a sociedade e a beneficiar e melhorar as condições gerais de vida no planeta, tendo em vista o progresso real no caminho de evolução rumo à Luz da Verdade. Enfim, formar seres humanos com bom senso intuitivo e raciocínio lúcido, com capacidade de pensar com clareza e naturalidade, pois somos todos peregrinos em busca da Luz.

(*) Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP.

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