Dia 1º de Maio: você trabalha para viver ou vive para trabalhar?
Se não fossem os direitos trabalhistas, acreditem, muitas crianças, mulheres grávidas e idosos estariam trabalhando nas fábricas de 12 a 18 horas por dia, em condições absolutamente inadequadas para a saúde, sem nenhuma proteção. Assim era na época da chamada de Revolução Industrial.
Mas você sabe de onde surgiram os “direitos trabalhistas”?
Bom, para começar, eles não foram um presente desse ou daquele político, salvador da Pátria, presidente, rei ou rainha.
Os direitos trabalhistas foram, um a um, conquistados por corajosos homens e mulheres que botaram as caras nos protestos, passeatas e greves, derramando suor e por vezes até sangue, tudo para forçar a melhoria das condições de trabalho.
O dia 1º de maio foi instituído em boa parte do mundo como o “dia do trabalhador”, ou “dia do trabalho”, para homenagear essas pessoas e celebrar suas conquistas. No Brasil, ele foi oficializado como feriado nacional em 1924.
Passados 100 anos, todavia, permanecemos uma das nações mais injustas e desiguais do mundo na distribuição de renda e riqueza, fato que obriga milhões de brasileiros e brasileiras a viverem somente para trabalhar.
Quem demora 3 a 4 horas para chegar ao trabalho, mais outras tantas para voltar para casa, não trabalha para viver, mas vive para trabalhar. Sobrevive, eu diria.
Para essas pessoas, parece não haver muito o que comemorar nesse dia 1º de maio, salvo, é claro, o fato de que é um dia de folga.
*Davi Nogueira Lopes é mestre em Direito pela UFMS, especialista em Direito Constitucional pela PUC/SP, advogado e professor.
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