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É preciso falar sobre vacinas para além da covid-19

Isa Colli (*) | 15/02/2021 07:53

As vacinas protegem o corpo de doenças infectocontagiosas ou ajudam no tratamento contra essas enfermidades. Embora a maioria das pessoas no mundo acredite na importância das vacinações, há uma parcela da população que se posiciona contra essa forma de proteção. E com a chegada das vacinas contra a covid-19, o assunto virou polêmica.

No início da pandemia, o que mais se ouvia era: a ciência hoje é muito ágil, a tecnologia está muito desenvolvida e logo teremos cura. Mas quando a vacina chega, muitos afirmam que não querem o imunizante.

É preocupante ver o aumento do movimento antivacina, uma vez que alguns grupos atuam disseminando fake news pelas redes sociais, inclusive em correntes do WhatsApp. É mais espantoso ainda constatar que as falsas notícias são criadas, inclusive, por profissionais da área da Saúde. O Conselho Federal de Medicina (CFM) já monitora esses médicos e eles poderão ser punidos.

Então vamos lá: governos do mundo inteiro investiram centenas e milhões de dólares em estudos, houve cooperação entre cientistas dos principais centros de pesquisas do mundo, e, dez meses depois do surgimento da pandemia, estamos vacinando pessoas. Tenho amigos que confessam ter dúvidas sobre a segurança das vacinas da covid-19; e alguns afirmam que irão esperar, já que a descoberta foi muito rápida; outros, dizem que não tomarão, definitivamente.

É importante destacar que as vacinas contra a covid-19 não surgiram do nada. São resultado de uma década de estudos. E como isso acontece? O infectologista Bruno Scarpellini explica que algumas dessas tecnologias já vinham sendo estudadas e utilizadas como plataforma para vários vírus respiratórios. Com o genoma do novo coronavírus sequenciado, os cientistas passaram a usar as informações de uma biblioteca global para os estudos de laboratório da covid.

É preciso também refletir sobre outro aspecto: já nascemos tomando vacina. A vacinação é essencial para prevenção e saúde. Ou você não foi imunizado contra a catapora (varicela), caxumba, febre amarela, coqueluxe, hepatites, influenza, HPV, rubéola, e tantas outras doenças que todos estão cansados de saber?

Como explicar o medo das vacinas fabricadas por centros respeitados como a Fiocruz e Butantan, para não falar das multinacionais como Pfizer, AstraZeneca, Moderna, e não ter medo da doença que tem ceifado a vida de milhões de pessoas no mundo? Temos que bater palmas, panelas e o que mais for necessário em agradecimento à Ciência e aos cientistas, por descobrirem essas vacinas e renovar as nossas esperanças.

É fundamental que todos lutemos contra o vírus e contra as consequências dele, e a única maneira de fazer isso é por meio de vacinas. E, enquanto elas não chegam para todos e todas, é essencial manter os protocolos sanitários, como o isolamento social, uso de máscaras e álcool em gel. Sigamos na luta com responsabilidade, fé e preocupação com o próximo.


(*) Isa Colli é jornalista e escritora

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