Um presente para Campo Grande
Campo Grande, sem dúvida, é uma cidade abençoada por Deus. Desde o princípio, com algumas exceções, foi agraciada com administradores capazes, dedicados, competentes e com espírito público elevado que tiveram como objetivo o crescimento e desenvolvimento organizado da cidade.
Dentre estes, destaco hoje Juvêncio César da Fonseca (prefeito eleito por dois mandatos), que soube cercar-se de auxiliares também do mesmo jaez. Um exemplo é José Marcos da Fonseca, então um jovem arquiteto
cheio de ideias e de ideal elevado. Foi na sua primeira administração que Juvêncio criou a Planurb, hoje Agência de Planejamento Urbano, que ao longo do tempo tanto tem contribuído para o desenvolvimento da nossa Capital.
Também naquela época, em março de 1987, criou o CMDU – Conselho Municipal de Desenvolvimento e Urbanização, órgão que possibilita a participação da sociedade civil nas discussões referentes à política de desenvolvimento da cidade, debatendo, avaliando, propondo e fiscalizando projetos e as questões de gestão do solo, habitação,
saneamento ambiental, transporte e mobilidade urbana. Os integrantes do CMDU exercem um trabalho voluntário, sem remuneração.
Eu fiz parte do primeiro colegiado nomeado há trinta anos, como presidente da Câmara de Valores Imobiliários. E há onze anos voltei a integrar o quadro de conselheiros, permanecendo até hoje.
Nessa qualidade, acompanhei toda a discussão que culminou com a aprovação, pelo CMDU, da minuta do projeto de lei do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental, no último dia 25.
Esse trabalho que retomou a discussão do Plano Diretor, mal conduzida na gestão anterior, começou em fevereiro deste ano. Foram inúmeras reuniões de trabalho envolvendo o comitê de política urbana do CMDU e os técnicos da Planurb.
Foram horas e horas de trabalho, em que os membros do comitê (Adriana Tannus, Arlindo Murilo Diniz, Dary Werneck da Costa, Fagner Lira Bezerra, Geraldo Barbosa de Paiva, Kelly Cristina Hokama e Roberto Marcondes Filinto da Silva) deixaram seus interesses profissionais, pessoais e sociais de lado para dedicar-se inteiramente ao objetivo final, que foi atingido na reunião do dia 25. Esse projeto representa também o coroamento da capacidade técnica da SEMADUR e da PLANURB.
Por um dever de justiça e sentimento de gratidão, enaltecemos a dedicação da presidente da Planurb, Berenice Maria Jacob Domingues e sua equipe que, exaustivamente, se debruçaram sobre o projeto, realizando reuniões em todas as regiões da cidade, com várias entidades representativas de classe, como o SINDIMÓVEIS, CRECI, OAB, CAU, CREA, promovendo inúmeras audiências públicas, debatendo com a população, possibilitando assim uma radiografia da cidade que contemplasse os anseios dos habitantes da nossa capital, pois como se sabe, a vida acontece no município.
Entre as inovações do projeto, destaco: manutenção do perímetro urbano, valorização ambiental e cultural, política de incentivo à ocupação do solo, adensamento compatibilizado com a infraestrutura disponível, contemplação da área rural, criação do FMDU (Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano, para implementação das ações),
estabelecimentos de instrumentos de capacitação dos conselhos regionais e adequação e fortalecimento do CMDU.
Enalteço também a liderança de José Marcos da Fonseca (Secretário da Semadur) que, com seu jeito simples e humilde, liderou todas as ações, contribuindo com sua grande experiência para a conclusão do projeto. O Zé Marcos é o secretário municipal que mais tempo exerceu essa função até hoje.
O projeto, agora encaminhado para a Câmara Municipal, é sem dúvida um projeto de amor por Campo Grande e foi aprovado por aclamação pelo CMDU, no dia 25 de outubro, também dia de aniversário da presidente Berenice Domingues. E quem ganhou o presente foi Campo Grande.
(*)Heitor Rodrigues Freire é corretor de imóveis, advogado e conselheiro do CMDU.
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