Briga entre síndico e moradores transforma cães em "meliantes"
Liberação dos passeios na área comum ainda será discutida, enquanto isso, multas já estão sendo aplicadas
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A polêmica sobre passeios com pets na área comum do condomínio Vitalitá, na Vila Margarida, em Campo Grande, continua gerando atritos entre moradores e o síndico. Enquanto uma decisão definitiva não é tomada, tutores reclamam de restrições e da aplicação de multas, que ultrapassam R$ 800. O impasse foi enviado ao Campo Grande News pelo canal Direto das Ruas.
RESUMO
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A disputa entre o síndico Marcus Velozo e moradores do condomínio Vitalitá, em Campo Grande, gira em torno da proibição de passeios com pets nas áreas comuns. Desde 2012, um acordo permitia os passeios por segurança, mas Velozo, eleito em 2022, impôs restrições e multas de R$ 800. Moradores protestam, chamando seus animais de "meliantes". A situação gerou tensões e protestos, com promessas de revisão do regimento interno em assembleia. O síndico não respondeu à reportagem, e a polêmica continua sem solução definitiva.
No mês passado, moradores denunciaram que o novo síndico ignorou uma cláusula do regimento interno, que flexibilizava os passeios dentro do condomínio desde 2021. A permissão havia sido adotada por questão de segurança, já que moradores relatavam assaltos no Parque Sóter, em frente ao residencial.
O condomínio é formado por oito torres, totalizando mais de 730 apartamentos e cerca de 2 mil moradores. Quase metade das famílias possuem animais de estimação e costumam fazer passeios curtos.
Após uma eleição polêmica, Marcus Velozo assumiu a sindicância no ano passado e proibiu os passeios a partir de fevereiro. Moradores reagiram com protestos e abaixo-assinados, levando a um discurso mais brando. No entanto, em março, as tensões voltaram a crescer.
"Ele recebeu a comissão e disse que manteria o acordo até a realização da assembleia para votar a mudança no regimento. Agora, está dizendo que não é bem assim e que vai discutir os termos com a comissão", relata uma moradora, que prefere não se identificar.
Segundo ela, mesmo com a proibição no regimento, havia um acordo sendo respeitado. "Na reunião, ele garantiu que manteria o acordo até a votação, mas agora soltou um comunicado dizendo o contrário. Ele enfatiza a urgência da votação, sem falar em manter o combinado, o que abre margem para as multas", completa.
Multas e protestos - Alguns moradores já foram notificados por passear com os pets. O valor da multa equivale a uma mensalidade do condomínio, inicialmente fixada em R$ 800. Como forma de protesto, moradores começaram a ironizar a situação, chamando seus animais de "meliantes".
"Eu me proponho a fazer a plaquinha dos excluídos e o cartaz dos meliantes. Só me mandarem as informações da placa e a descrição da conduta delituosa do seu pet", brincou um tutor no grupo de moradores. "Éramos cidadãos honestos, agora voltamos a ser meliantes", ironiza outra tutora.
Desde a primeira denúncia, o síndico Marcus Velozo não responde às tentativas de contato da reportagem. O espaço segue aberto para manifestação.
Eleições conturbadas - A confusão no condomínio não é novidade. Na eleição para síndico, em julho do ano passado, houve até a presença da Polícia Militar. Uma ação judicial chegou a ser movida para tentar excluir um dos candidatos. Marcus venceu e recebe uma remuneração de R$ 9,6 mil.
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