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Cidades

Adolescentes acima dos 12 anos foram vacinados em 52 cidades de MS

Vacinação tem sido feita em jovens com comorbidade, mediante apresentação de documentos comprobatórios

Guilherme Correia | 27/06/2021 09:55
Vacina da Pfizer, contra a covid-19, é a única autorizada a ser utilizada em pessoas com 12 anos ou mais (Foto: Dado Ruvic/Reuters)
Vacina da Pfizer, contra a covid-19, é a única autorizada a ser utilizada em pessoas com 12 anos ou mais (Foto: Dado Ruvic/Reuters)

A maioria dos municípios de Mato Grosso do Sul já aplicou ao menos uma dose de vacina contra a covid-19 em adolescentes, com comorbidades, de 12 anos ou mais. Esses dados foram consultados na manhã de hoje (27) pela reportagem no painel Mais Saúde, elaborado pela SES (Secretaria Estadual de Saúde).

Das 79 cidades, 52 constam que vacinaram ao menos uma pessoa dessa faixa etária com dose da Pfizer. Corumbá aparece no topo da lista, com 195 vacinados, seguido por Mundo Novo (68), Ladário (64), Dourados (63) e Aquidauana (60). Ao todo, foram aplicados 1.064 imunizantes, o que corresponde a cerca de 0,07% do total aplicado em MS.

Vale lembrar que os municípios sul-mato-grossenses foram autorizados pela SES a vacinar adolescentes acima de 12 anos, que tenham algum tipo de comorbidade, apenas com essa patente de imunizante, que recebeu aval da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

Para que esse grupo seja contemplado, é necessário apresentar laudo médico atualizado ou receita médica ou cartão de acompanhamento, levando uma cópia para deixar no ponto de imunização.

Conforme publicação feita em Diário Oficial do Estado, esses lugares terão de utilizar vacinas que façam parte dos 70% do quantitativo destinado a imunização relacionada à faixa etária.

Em Campo Grande, não há previsão de quando esse grupo poderá ser contemplado, mas a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) já chegou a abrir o pré-cadastro de adolescentes

Em geral, somente os adolescentes que têm comorbidades e devida documentação comprobatória poderão ser incluídos.

No município de Betim (MG), por exemplo, a prefeitura local decidiu vacinar estudantes sem comorbidade entre 12 e 14 anos com objetivo de retomar aulas públicas presenciais em agosto, mas a decisão foi barrada pelo TJMG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais), que obrigou o município a comprovar que havia vacinado todos os grupos prioritários incluídos no PNI (Plano Nacional de Imunização) e todos os adultos acima de 18 anos sem comorbidade.

Comorbidades - A publicação feita pelo executivo estadual estabelece que podem ser vacinados adolescentes "desde que, portadores de alguma das comorbidades descritas no quadro 2 do Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação Contra a Covid-19, em vigor". São elas:

  • Diabetes mellitus;
  • Pneumopatias crônicas graves;
  • Hipertensão Arterial Resistente (HAR);
  • Hipertensão arterial estágio 3;
  • Hipertensão arterial estágios 1 e 2 com lesão em órgão-alvo e/ou comorbidade;
  • Insuficiência cardíaca (IC);
  • Cor-pulmonares e Hipertensão pulmonar;
  • Cardiopatia hipertensiva;
  • Síndromes coronarianas;
  • Valvopatias; Miocardiopatias e Pericardiopatias;
  • Doenças da Aorta, dos Grandes Vasos e Fístulas arteriovenosas;
  • Arritmias cardíacas;
  • Cardiopatias congênita no adulto;
  • Próteses valvares e Dispositivos cardíacos implantados;
  • Doença cerebrovascular;
  • Doença renal crônica;
  • Imunossuprimidos;
  • Hemoglobinopatias graves;
  • Obesidade mórbida Índice de massa corpórea (IMC) ≥ 40;
  • Cirrose hepática.

Conforme dados da SES, das mais de 7 mil mortes por coronavírus, 13 eram pacientes com menos de 18 anos. Desses, a maioria (10) tinha ao menos um tipo de comorbidade como doenças pulmonares, cardíacas, diabetes ou obesidade.

Autorização federal - Anvisa autorizou uso da vacina da Pfizer para adolescentes com 12 anos ou mais, depois de pedido feito em 13 de maio. Com essa decisão, a bula da vacina passou a indicar a nova faixa etária, que antes era para pessoas com 16 anos ou mais, e é a única entre as autorizadas no Brasil com indicação para menores.

Segundo o órgão, a medida foi aprovada depois que a empresa estadunidense apresentou estudos que indicaram segurança e eficácia da vacina para este grupo. O uso do fármaco nesse grupo já é permitido nos Estados Unidos e na Europa desde maio, com aprovação da FDA (Agência de Alimentos e Medicamentos), e da EMA (Agência Europeia de Medicamentos).

Para crianças ainda menores, a Pfizer tem avançado nos testes clínicos da vacina contra a covid-19 em crianças de cinco a 11 anos, mas ainda não foram concluídos. Caso seja avaliado positivamente nos testes, o imunizante ainda passará por uma série de análises de segurança e ainda vão precisar de aprovação da Anvisa para serem aplicados em território brasileiro.

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