Advogada de Campo Grande é presa no Nordeste em operação contra o PCC
Ação mira núcleo familiar de facção criminosa em Mato Grosso do Sul

A advogada Aline Gabriela Brandão também foi presa na operação Chiusura, ofensiva nacional contra a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). Ela é de Campo Grande, mas foi presa nesta sexta-feira (dia 28) no Rio Grande do Norte. A reportagem apurou que ela é esposa do traficante Thiago Gabriel Martins da Silva, conhecido como o “Especialista” e “Thiaguinho do PCC”.
RESUMO
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A advogada Aline Gabriela Brandão, de Campo Grande, foi presa no Rio Grande do Norte durante a operação Chiusura, que combate o PCC. Aline é esposa do traficante Thiago Gabriel Martins da Silva, preso na Bolívia. A operação, liderada pela Polícia Civil do Distrito Federal, visou o núcleo Sinaloa em Mato Grosso do Sul, que envolve familiares de Thiago usados como testas de ferro. A operação cumpriu 19 mandados de prisão e 80 de busca, com sequestro de bens e bloqueio de contas. A rede traficava drogas e lavava dinheiro em vários estados.
O endereço profissional da advogada, no Bairro Moreninha 3, é o mesmo do Cab (Centro de Apoio aos Bairros), que foi alvo de mandado de busca e apreensão. O local é ligado a outro preso: Ronaldo Cardoso, o Ronaldo da Cab, suplente de vereador em Campo Grande pelo Podemos.
A reportagem apurou que os policias também passaram pelo espaço de festa Thaline (junção dos nomes Thiago e Aline), localizado na Moreninha 4. O local está fechado, com a energia desligada e concertina deslocada, num sinal de que a equipe pulou o muro.
De abrangência nacional, a operação liderada pela Polícia Civil do Distrito Federal mirou em Mato Grosso do Sul o núcleo Sinaloa, que reúne parentes de Thiago.
Conforme a investigação, os familiares são utilizados como testas de ferro, figurando como beneficiários de valores provenientes de traficantes do Distrito Federal e do chamado Núcleo Nordeste.
A advogada - Aline já atuou na defesa de José Claudio Arantes, o Tio Arantes, líder da facção criminosa, que acumula condenações por homicídio, tráfico de drogas e assalto a banco.
A advogada também foi notícia no Campo Grande News quando recebeu voz de prisão, no dia 14 de julho de 2016, por desacatar o delegado plantonista da Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) da Vila Piratininga, em Campo Grande.
Conforme o boletim de ocorrência registrado na época, ela teria causado confusão na delegacia ao tentar entregar material de higiene pessoal e um cobertor a um cliente que estava preso.
O especialista - O traficante Thiago Gabriel Martins da Silva está preso na Bolívia desde 2023, quando foi capturado com granadas de uso restrito e uma aeronave carregada com cocaína.
Ele réu pela morte do garagista Carlos Reis de Medeiros de Jesus, 52 anos, o "Alma", em Campo Grande, cujo o corpo nunca foi encontrado.
Nas Moreninhas, o relato de moradores é de que a família de Thiago tinha vários imóveis, mas foi se mudando aos poucos após o assassinato do garagista.
Ofensiva - Ao todo, a operação tinha cinco ordens de prisão em Campo Grande. Contudo, os alvos acabaram presos no Rio Grande do Norte. O núcleo de Mato Grosso do Sul mantinha significativos vínculos com o Estado do Nordeste, onde um dos investigados tem pousada.
Na Capital, as equipes da Polícia Civil do Distrito Federal tiveram apoio da Garras (Delegacia Especializada em Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros).

Após um ano e meio de investigação, a operação cumpriu 19 mandados de prisão temporária e 80 mandados de busca e apreensão. Do total 50 são no Distrito Federal, sendo as demais ordens judiciais espalhadas por Campo Grande (MS), Santa Catarina, Mato Grosso, Goiás, Rio Grande do Norte e Alagoas.
Também foram determinados o sequestro judicial de 17 veículos e sete imóveis, inclusive casa de luxo em condomínio fechado de Goiás. Dezenas de contas bancárias foram bloqueadas, incluindo as de uma fintech sediada em São Paulo, que chegou a movimentar cerca de R$ 300 milhões em apenas três meses.
A rede adquiria drogas em áreas fronteiriças, garantia o transporte seguro dos entorpecentes e distribuía as drogas no Distrito Federal e em outros Estados, além de realizar complexas operações de lavagem financeira.
Nome da operação, Chiusura, em italiano, significa “fechamento” ou “encerramento. A reportagem não conseguiu contato com os citados.
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