“Nem conheço ele”, diz irmã de mulher presa por ligação com Tio Arantes
Tania Cristina Lima de Moura, de 46 anos, é apontada pela polícia como responsável pelas finanças do braço da facção criminosa liderado por José Claudio Arantes, de 63 anos
Irmã de Tania Cristina Lima de Moura, de 46 anos, presa durante a Operação Paiol, nega qualquer envolvimento amoroso da mulher, levada nesta manhã para a delegacia, com “Tio Arantes”, líder do PCC (Primeiro Comando da Capital) em Mato Grosso do Sul.
Segundo a equipe do Batalhão de Choque que esteve no local, a presa é mulher de José Claudio Arantes, de 63 anos, mais o Tio Arantes. Ela também seria a responsável pela contabilidade do braço da facção criminosa liderado pelo companheiro.
Mas, a irmã de Tania, que estava na casa da irmã para cuidar do sobrinho-neto, de 10 anos, garante nunca ter visto o criminoso famoso. “Ele nunca veio aqui, não tem nada dele aqui e nem conheço ele”, afirmou ao Campo Grande News.
A irmã, que pediu para ter o nome preservado, explica que Tania é mãe da advogada Aline Gabriela Brandão, de 25 anos, que atua em um dos processos contra o líder do PCC. A entrevistada revelou ainda que a irmã atualmente trabalhava no escritório da filha.
Desacato – A advogada já foi notícia do Campo Grande News quando recebeu voz de prisão, no dia 14 de julho de 2016, por desacatar o delegado plantonista da Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) da Vila Piratininga, em Campo Grande. Conforme o boletim de ocorrência registrado na época, ela teria causado confusão na delegacia ao tentar entregar material de higiene pessoal e um cobertor a um cliente que estava preso.
Aline Gabriela Brandão chegou à delegacia dizendo que queria ver Micael Lucas Campos, autuado em flagrante delito na noite anterior, pelos crime de roubo majorado pelo concurso de pessoas.
O delegado chefe do plantão, Camilo Kettenhuber Cavalheiro, teria dito a advogada que, por questão de segurança da equipe plantonista, das pessoas que aguardavam na recepção e dos próprios presos, não iria ser permitido a entrada de cobertores, já que a cela da unidade é transitória e não adequada como cadeia pública.
Aline teria dito: “você está pensando que é Deus, seu delegadozinho", deixando a sala logo em seguida e dizendo de maneira que uma testemunha pudesse ouvir a seguinte frase: “Pensa que é Deus, vai ver o que vai acontecer com ele”.
Por causa da confusão, ela foi presa.
A delegada alega perseguição. “Não o desacatei, meu pai é delegado, respeito essa profissão. Foi pura implicância dele por causa de uma representação de tortura contra ele”, afirmou à reportagem no dia 15 de julho de 2016.
Operação - A Operação Paiol foi deflagrada nesta manhã pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) com apoio do Batalhão de Choque e do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) para cumprir ao todo 39 mandados em Mato Grosso do Sul – 27 de prisão e 12 mandados de busca e apreensão.
O objetivo é desarticular um dos braços do PCC no Estado, responsável por armar a facção criminosa.
Quatro pessoas foram presas em Campo Grande e foram levadas para as Depacs (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Centro e da Vila Piratininga. Outra pessoa, ainda não identificada, foi presa em Nova Andradina.
Aqui na Capital, além da Tânia, o agente penitenciário Adilson Brum Weis, de 55 anos, servidor lotado no Instituto Penal de Campo Grande, também foi preso. Os outros dois presos são Elvis Alves Pereira, 25 anos, e André da Silva Frotis, 26 anos.
Pelo Batalhão de Choque, até o momento, foram apreendidas quatro armas, sendo um fuzil AR-15, submetralhadora Hugger 9 milímetros, espingarda e uma pistola calibre 765. Além disso, foram apreendidas 343 munições de diversos calibres e 800 gramas de Skank, a “super” maconha.
Na Capital, 4 equipes do Batalhão de Choque - 16 homens - foram às ruas do Jardim Bonança, Jardim Noroeste, Novos Estados, Conjunto União e Jardim Colibri.
Além de Campo Grande, mandados de prisão e busca e apreensão foram expedidos para Corumbá, Nova Andradina e Águas Lindas de Goiás.