Mulher de Tio Arantes era responsável por finanças do PCC no Estado
A operação cumpre ao todo 39 mandados em Mato Grosso do Sul - 27 de prisão e 12 mandados de busca e apreensão
A mulher de Tio Arantes, Tânia Cristina Lima de Moura, 46 anos, presa nesta manhã durante a Operação Paiol, era responsável pelas finanças do PCC (Primeiro Comando da Capital), de acordo com o comandante geral da Polícia Militar em MS, coronel Waldir Ribeiro Acosta, em coletiva de imprensa no fim da manhã desta terça-feira (12) no Batalhão de Choque.
A ação, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) com apoio do Batalhão de Choque e do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais), cumpre ao todo 39 mandados em Mato Grosso do Sul - 27 de prisão e 12 mandados de busca e apreensão.
Além de Tânia, foram presos na Capital o agente penitenciário Adilson Brum Weis, 55 anos, servidor do Instituto Penal de Campo Grande, Elvis Alves Pereira, 25 anos, e André da Silva Frotis, 26 anos. Até o momento, foram apreendidas quatro armas - sendo um fuzil AR-15, submetralhadora 9 milímetros, espingarda e uma pistola calibre 765. Além disso, foram apreendidas 343 munições de diversos calibres e 800 gramas de skank - a “super” maconha.
Segundo o coronel, somente aqui em Campo Grande foram sete mandados de busca e apreensão, sendo três de prisão preventiva e quatro de busca e apreensão. Na casa de Tânia, foram encontrados diversos recibos de transação bancaria. “Provavelmente, era ela a responsável pela finança do grupo aqui no Estado”, disse o comandante. O marido dela, José Cláudio Arantes, o Tio Arantes, 62 anos, está preso na PED (Penitenciária Estadual de Dourados). Ele é um dos principais líderes da facção em MS.
Também foram localizadas diversas munições importadas na residência do agente penitenciário. Todas são de calibre de arma de uso permitido, porém, o servidor não apresentou nenhuma autorização para guardar as munições em casa.
Durante a coletiva de imprensa, o comandante não citou a prisão de André, mas ele foi detido por volta das 11h por uma equipe do Bope com balança de precisão e seis quilos de maconha, no Jardim Novos Estados. O homem foi levado para a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Centro.
De acordo com reportagem do jornal O Estado de São Paulo, publicada no começo deste mês, o PCC tem faturamento estimado de, no mínimo, R$ 400 milhões por ano. Alguns policiais acreditam que esse número pode chegar a cerca de R$ 800 milhões, o que colocaria a facção entre as 500 maiores empresas do País.