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Política

Vereadores devem derrubar veto de Adriane a emendas na área social

Os parlamentares se reuniram hoje com secretária de Fazenda e cobram destinação de R$ 8,7 milhões

Por Maristela Brunetto e Mylena Fraiha | 24/04/2025 13:20

Vereadores devem derrubar veto de Adriane a emendas na área social
Vereadores querem informações sobre recursos para assegurar pagamento de emendas no valor de R$ 8,7 milhões (Foto: Arquivo/ Câmara)

RESUMO

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Vereadores de Campo Grande articulam-se para derrubar o veto da prefeita Adriane Lopes (PP) ao Plano de Aplicação de Recursos do Fundo de Investimentos Sociais (FIS), que previa R$ 8,7 milhões em emendas parlamentares. O veto foi justificado pela interrupção dos repasses estaduais ao FIS desde janeiro de 2024, após mudança na legislação que substituiu repasses automáticos por convênios facultativos. O presidente da Câmara, Epaminondas Neto (PSDB), criticou a decisão e argumentou que o valor é "irrisório" dentro do orçamento. Os parlamentares buscam esclarecimentos sobre os repasses estaduais e elaboraram um ofício à Secretaria de Fazenda do Estado. A prefeita alega que o veto visa preservar o equilíbrio fiscal do município e evitar expectativas irreais na população.

Os vereadores de Campo Grande não gostaram da decisão da prefeita Adriane Lopes (PP) de vetar o Plano de Aplicação de Recursos do Fundo de Investimentos Sociais, com previsão de R$ 8,7 milhões e se articulam para derrubar o veto. Como o fundamento apontado foi a falta de repasses do cofre do Estado para o FIS, os parlamentares elaboraram um ofício para pedir esclarecimentos sobre o envio de recursos para depois buscar uma solução que assegure o pagamento de emendas.

Esta manhã, um grupo de vereadores se reuniu a portas fechadas com a secretária de Fazenda, Márcia Hokama. A Prefeitura tem informado que vetou o pagamento das emendas porque desde 2024 não recebe mais recursos carimbados para esta área em transferências do Executivo Estadual. Isso constou nos fundamentos para o veto e foi reforçado esta manhã pelo líder da prefeita, Beto Ovelar, que levou uma planilha de repasses para explicar aos colegas.

Vereadores devem derrubar veto de Adriane a emendas na área social
Líder da prefeita levou planilha com repasses e apresentou ofício pedindo esclarecimentos

Dentro dos repasses obrigatórios de parte do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), o Estado tinha parcelas destinadas para o FIS Saúde e Social. Pela planilha apresentada pelo vereador, para a saúde foram R$ 22,5 milhões em 2021; R$ 19,6 milhões em 2022 e R$ 18,1 milhões em 2023. Já para a assistência social foram R$ 5,5 milhões em 2021; R$ 4,4 milhões em 2022 e R$ 4,4 milhões em 2023.

Pela planilha, é possível ver que os repasses temáticos deixaram de existir em 2024, mas o bolo do ICMS não teve alteração expressiva. O que foi informado é que o Governo não faria mais a destinação de valores, mas assumiria convênios para repasse direto a entidades, o que ocorria até então com a intermediação dos vereadores.

O presidente da Casa, Epaminondas Neto, o Papy (PSDB), não disfarçou a contrariedade com a decisão da prefeita de vetar o projeto. Após a reunião com a secretária essa manhã, ele criticou o veto e cobrou que a prefeitura busque outra rubrica no orçamento para assegurar as emendas a entidades nas áreas de saúde e assistência.

Vereadores devem derrubar veto de Adriane a emendas na área social
Presidente da Câmara defende que Prefeitura busque outro caminho no orçamento para pagar emendas (Foto: Mylena Fraiha)

“Nós refutamos essa ideia. Afinal de contas, se a secretária Márcia já tinha conhecimento de que, desde janeiro de 2024, o dinheiro não havia sido repassado, era necessário não ter destinado as emendas em março. O Executivo não se manifestou em relação a isso. Nós, aqui, destinamos as emendas, cumprindo o compromisso público, por lei, com essas destinações. E agora não se pode voltar atrás”, pontuou.

Ele lembrou que há prazo regimental de 40 dias para analisar o veto e disse acreditar que Município e Estado dialogarão e haverá um desfecho nesse meio tempo. “Não tem como manter um veto dessa natureza. São apenas R$ 8,7 milhões — é um valor irrisório dentro do orçamento que a Câmara tem para destinação. Então, não faz sentido nenhum prejudicar o terceiro setor de Campo Grande.”

Esta manhã, Avelar disse que um ofício será enviado à Fazenda estadual em busca de esclarecimentos sobre os repasses, para que os parlamentares tenham maior compreensão sobre as receitas e tomem posição. Ele conseguiu pelo menos 20 assinaturas ao pedido de informações.

O veto - A prefeita vetou integralmente o Projeto de Lei nº 11.736/2025 que criava um plano para aplicação de R$ 8,7 milhões do Fundo de Investimentos Sociais (FIS). A decisão apontou parecer da Secretaria Municipal da Fazenda (Sefaz), sinalizando riscos orçamentários e legais na proposta, especialmente em relação ao comprometimento de serviços essenciais caso os recursos fossem vinculados a emendas parlamentares.

O projeto vetado previa a destinação do valor previsto na Lei Orçamentária Anual de 2025 para ações nas áreas de saúde, assistência social, esporte, lazer e cultura, mediante aprovação prévia do Legislativo. No entanto, segundo o Executivo, a proposta perdeu sustentação jurídica após a revogação da Lei Estadual nº 2.105/2000, que garantia repasses automáticos aos municípios. A nova legislação estadual, em vigor desde 2024, substituiu a obrigatoriedade por convênios facultativos, o que interrompeu os repasses do FIS a Campo Grande desde janeiro do ano passado.

Ao justificar o veto, a prefeita afirmou que a medida busca preservar o equilíbrio fiscal do município e evitar a criação de expectativas irreais na população. "O veto é medida que se impõe e tem como diretriz o ajuste fiscal, com o objetivo de promover o equilíbrio entre receita e despesa, priorizando as obras e serviços em andamento", destacou Adriane Lopes.

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