Advogados são investigados por golpes com idosos analfabetos
Apuração começou após operação do Gaeco revelar “advocacia predatória” em MS e outros sete estados
A 2ª Promotoria de Justiça de Sidrolândia instaurou um inquérito civil para investigar a responsabilidade de advogados acusados de entrarem com ações judiciais sem o conhecimento ou autorização de idosos, muitos deles analfabetos. A medida foi tomada após a deflagração da Operação Arnaque, pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) em 2023.
RESUMO
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A 2ª Promotoria de Justiça de Sidrolândia investiga advogados por ações judiciais sem consentimento de idosos, muitos analfabetos, após a Operação Arnaque do Gaeco em 2023. Denúncia de um banco revelou milhares de processos suspeitos. Idosos, analfabetos e até falecidos eram usados como autores sem saber. Mesmo com vitórias judiciais, vítimas não recebiam valores. Perícia confirmou falsificação de assinaturas. A operação prendeu 39 e cumpriu 51 mandados em vários estados, revelando organizações criminosas em Iguatemi. A prática é chamada de "advocacia predatória".
Essa apuração começou a partir de uma denúncia feita por uma instituição financeira de grande porte, responsável pelo pagamento de aposentadorias e pensões. A empresa relatou ao Ministério Público a existência de milhares de processos contra bancos, muitos considerados temerários pela Justiça.
Segundo os relatos, os supostos autores das ações, frequentemente idosos, analfabetos e até mesmo pessoas já falecidas, nem sequer sabiam da existência dos processos.
Há casos em que, mesmo com decisões judiciais favoráveis, as vítimas não chegaram a receber os valores devidos. Os indícios apontam para a atuação de uma organização criminosa especializada na chamada “advocacia predatória”, prática que movimenta milhares de processos usando pessoas vulneráveis como laranjas.
Uma perícia grafotécnica chegou a confirmar que a assinatura de uma das vítimas era falsa, reforçando a suspeita de fraude documental.
Operação Arnaque - A operação foi deflagrada em julho de 2023 e resultou no cumprimento de 39 mandados de prisão preventiva e 51 de busca e apreensão em oito cidades de Mato Grosso do Sul, além dos estados de Bahia, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraíba, Paraná e Piauí.
Relatórios do Gaeco apontam que duas organizações criminosas atuavam a partir do município de Iguatemi, usando documentos e procurações obtidas de forma irregular. Em vários casos, perícias já confirmaram a falsificação de assinaturas.
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