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Capital

Advogado alvo do Gaeco preso no Piauí será transferido para MS

Pedido foi feito pelo MPMS porque penitenciária onde Luiz Fernando está não tem sala de estado-maior

Ana Paula Chuva | 20/07/2023 14:49
Advogado Luiz Fernando Cardoso Ramos foi preso no Piauí no dia 5 de julho (Foto: Redes sociais)
Advogado Luiz Fernando Cardoso Ramos foi preso no Piauí no dia 5 de julho (Foto: Redes sociais)

Principal alvo da operação Arnaque, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) no dia 5 de julho, o advogado Luiz Fernando Cardoso Ramos será transferido para presídio em Mato Grosso do Sul. Ele foi preso no Piauí e teve arsenal de 15 armamentos diferentes apreendidos em sua casa.

Luiz Fernando foi preso na cidade de Floriano e encaminhado para a penitenciária de Gonçalo Castor Lima, conhecia como Vereda Grande, naquele estado, mas no último dia 12, o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) pediu a transferência do advogado para Mato Grosso do Sul, já que na unidade onde ele está não tem sala de estado-maior.

Além disso, segundo o órgão, Luiz Fernando tem residência fixa em Iguatemi e a maior parte dos crimes revelados pelo Gaeco aconteceu em Mato Grosso do Sul, por isso é melhor que ele esteja no Estado a fim de não burocratizar o processo.

Com isso, pediu que o advogado seja recambiado para a sala de estado-maior, que pertence a OAB (Ordem dos Advogados do Brasilo) e fica no Presídio Militar Estadual em Campo Grande. A juíza da 4ª Vara Criminal, May Melke Amaral, não se opôs à transferência, mas pediu que a unidade penitenciária avise quando houver vaga disponível e a escolta seja feita pelo Gaeco.

O diretor do presídio, tenente-coronel Josemar Evangelista de Souza, alegou que a sala está no limite da capacidade de atendimento, mas adequações podem ser feitas para receber Luiz. Ele destacou ainda que o advogado ficará com o irmão, Thiago Cardoso Ramos, também preso na operação. Inclusive, protocolou ofício na Justiça informando sobre a lotação.

Investigação - A operação é a etapa conclusiva da investigação, segundo o Gaeco, já que todos os 39 alvos de prisão se tornaram réus no último mês. Segundo a investigação, eram duas organizações criminosas lideradas por advogados responsáveis por mais de 70 mil ações judiciais em todas as regiões do país, muitas delas consideradas temerárias (precipitadas) pelo Poder Judiciário.

Os advogados entravam com ações contra bancos, utilizando a premissa de que empréstimos consignados foram forjados e obtinham procurações de idosos, deficientes e indígenas. Ao final, cerca de 10% dos casos tinham procedência, quando não eram feitos acordos em massa com instituições financeiras.

Arsenal - Na casa de Luiz foram apreendidos: espingarda .38; fuzil .222 com luneta; fuzil .308; pistola 380; revólver .38; espingarda calibre 12; carabina Taurus .300; carabina Taurus 9 milímetros; duas pistolas 9 milímetros; carabina .40; rifle calibre 22; revólver calibre 44; pistola calibre 6,35; pistola calibre 22 e ainda, 29 carregadores de pistolas e 9.142 munições foram apreendidas na casa do advogado. Como não se pôde confirmar se a procedência dos armamentos era lícita, tudo foi apreendido.

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