Preso no Piauí, advogado alvo do Gaeco mantinha arsenal em casa em Iguatemi
Espingardas, pistolas, rifle e carabinas, além de 29 carregadores e 9,1 mil munições foram encontradas
Arsenal de 15 armamentos diferentes foi apreendido na casa do advogado Luiz Fernando Cardoso Ramos, principal alvo da Operação Arnaque, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), na manhã desta quarta-feira. Espingardas, pistolas, rifle e carabinas, além de 29 carregadores e 9,1 mil munições, foram encontradas no local.
A esposa de Luiz Fernando, Gislaine Dias Camargo Ramos, foi presa durante a ação em Iguatemi, a 466 km de Campo Grande. Além dela, o irmão do advogado, Thiago Cardoso Ramos e sua esposa, Evelym Almeida Barbosa Ramos, também foram alvo de mandado de prisão. Luiz Fernando também foi preso esta manhã, mas na cidade de Floriano, no Piauí.
Outras pessoas presas na operação e que passarão por audiência de custódia são: Jacira da Paixão, Jhonatan Luiz Correia Mota, Joice Paula dos Santos, Luana Venturini Militz todas de Iguatemi. Em Paranhos, foi presa preventivamente a presidente da Câmara de Vereadores da cidade, Elizabeth Brites Benites. Ela já passou por audiência de custódia e, por decisão judicial, permanecerá presa.
Não há detalhamento, até agora, do envolvimento de cada um deles no suposto esquema de integrar organização criminosa, corrupção ativa, corrupção passiva, falsidade ideológica, falsificação de documento particular e uso de documento falso, conforme a investigação do Gaeco.
Arsenal - Espingarda .38; fuzil .222 com luneta; fuzil .308; pistola 380; revólver .38; espingarda calibre 12; carabina Taurus .300; carabina Taurus 9 milímetros; duas pistolas 9 milímetros; carabina .40; rifle calibre 22; revólver calibre 44; pistola calibre 6,35; pistola calibre 22 e ainda, 29 carregadores de pistolas e 9.142 munições foram apreendidas na casa do advogado. Como não se pôde confirmar se a procedência dos armamentos era lícita, tudo foi apreendido.
Investigação - A operação é a etapa conclusiva da investigação, segundo o Gaeco, já que todos os 39 alvos de prisão se tornaram réus no último mês.
Segundo a investigação, eram duas organizações criminosas lideradas por advogados responsáveis por mais de 70 mil ações judiciais em todas as regiões do país, muitas delas consideradas temerárias (precipitadas) pelo Poder Judiciário.
Os advogados entravam com ações contra bancos, utilizando a premissa de que empréstimos consignados foram forjados e obtinham procurações de idosos, deficientes e indígenas. Ao final, cerca de 10% dos casos tinham procedência, quando não eram feitos acordos em massa com instituições financeiras.
A reportagem entrou em contato com o escritório Cardoso Ramos em Iguatemi no começo da tarde desta quarta-feira, mas não obteve retorno até a publicação deste material.