Brigadistas passam por formação para prevenir incêndios no Pantanal
A formação reúne cerca de 70 pessoas e é voltada a 28 brigadistas
Comunidades tradicionais do entorno do Parque Nacional do Pantanal, na divisa entre Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, participam nesta semana de um treinamento de prevenção e combate a incêndios florestais. A formação reúne cerca de 70 pessoas e é voltada a 28 brigadistas das localidades de Barra do São Lourenço, Binega, Amolar, Paraguai-Mirim e Ilha do Baguari, na região da Serra do Amolar.
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O curso integra o projeto “Manejo Integrado do Fogo com as comunidades tradicionais e o Parque Nacional do Pantanal Mato-grossense na transformação da realidade local”, financiado pelo GEF Terrestre, com recursos do Fundo Global para o Meio Ambiente. A execução é do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO), com implementação do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), além de apoio de entidades como WWF e Unesco.
A coordenadora substituta do Ibama/Prevfogo em Mato Grosso do Sul, Thainan Bornato, explica que as brigadas comunitárias são as primeiras a responder aos focos de incêndio na região. “Esse primeiro ataque da brigada comunitária é muito importante para evitar que os incêndios se transformem em grandes queimadas”, afirma.
Segundo ela, o apoio das comunidades é essencial principalmente em áreas de difícil acesso. “O Pantanal tem locais de logística complicada. O trabalho inicial das brigadas ajuda a controlar o fogo até a chegada do Corpo de Bombeiros ou de outras equipes”.
Thainan também ressalta a importância da troca de experiências durante o treinamento. “A gente está vivendo mudanças climáticas e alteração no comportamento do fogo. Ouvir o relato das comunidades ajuda a planejar novas estratégias”, pontua.
A percepção da mudança no comportamento do fogo é reforçada por Manoel Serrão, superintendente de Projetos do FUNBIO. Ele lembra que, até alguns anos atrás, o fogo no Pantanal não era considerado uma ameaça grave. “Hoje os brigadistas comunitários são essenciais. Investir neles é reconhecer a urgência de atuar na linha de frente ao menor sinal de incêndio”.
Moradora da Serra do Amolar, Edilaine Arruda é uma das participantes da formação. Para ela, o curso é uma oportunidade de aprimorar o que já faz na prática. “Antes mesmo de entrar na brigada, já ajudava em ocorrências. Agora a gente está tendo formação, podendo buscar parceiros e melhores equipamentos. Isso é fundamental para a gente”.
O treinamento é realizado próximo ao município de Poconé (MT), a 102 km de Cuiabá, às margens do Rio Paraguai. A região concentra áreas de conservação e comunidades tradicionais que vivem diretamente dos recursos naturais do Pantanal. A expectativa é que a formação amplie a capacidade de resposta da população local frente aos incêndios, especialmente no período de estiagem.
A intensificação das secas e o avanço do desmatamento aumentaram os riscos de incêndio no Pantanal nos últimos anos. A região da Serra do Amolar foi uma das mais atingidas nos grandes incêndios de 2020. Desde então, diversas iniciativas têm buscado fortalecer a presença de brigadas locais e promover ações preventivas de manejo do fogo em parceria com as comunidades.
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