Berçário de árvores na Capital produz 165 mil mudas por ano
Estudo do IBGE publicado na semana passada elegeu Campo Grande como a capital mais arborizada
Enfileiradas, as mudas de árvores produzidas no Viveiro Municipal de Campo Grande aproveitaram para retocar o verde, se hidratar e estocar nutrientes com a chuva que caiu no espaço quase 100% aberto, nesta quinta-feira (24).
RESUMO
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O Viveiro Municipal de Campo Grande, localizado no Jardim Pacaembu, é responsável pela produção de 165 mil mudas de árvores por ano, com 48 espécies, principalmente nativas do Cerrado. Administrado pela prefeitura, o espaço é mantido por funcionários do Programa de Inclusão ao Mercado de Trabalho e pelo viverista Antonio Andrade. As mudas são distribuídas gratuitamente aos moradores da capital, com regras para evitar problemas urbanos. Além de atender a população, as árvores são usadas em projetos de reflorestamento e arborização pública. A produção aumentou desde 2019, quando era de 150 mil mudas anuais.
São 48 espécies entre frutíferas e não frutíferas sendo cultivadas lá, a maioria nativa do Cerrado. O bioma está no nome do local: Viveiro Flora do Cerrado.
É um berçário de aproximadamente 15 mil metros quadrados localizado no Jardim Pacaembu, que serve para incrementar a arborização da capital com mais árvores plantadas em ruas residenciais no Brasil – o título foi dado a Campo Grande pela Pesquisa Urbanística do Entorno dos Domicílios do Censo Demográfico de 2022, divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) na última quinta-feira (17).
A prefeitura é a responsável por administrar o espaço. Funcionários do Primt (Programa de Inclusão ao Mercado de Trabalho) fazem a manutenção junto ao viverista Antonio Andrade, 66, que mora e trabalha no Flora do Cerrado.
Não é só plantar e esperar crescer. As pequenas goiabeiras, amoreiras, pitangueiras, flamboyants, ipês e os outros "bebês-árvores" que moram ali exigem tratamentos como adubação, cortes, irrigação e mudança de posição.
Produção cresceu - Da última vez que a reportagem visitou o viveiro, em 2019, a produção de mudas totalizava 150 mil ao ano.
O número anual cresceu. Segundo o chefe do setor de Arborização da Semades (Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Gestão Urbana e Desenvolvimento Econômico, Turístico e Sustentável), Orsival Simões Junior, ele é de 165 mil.
Não há previsão para outro aumento, por enquanto, nem inclusão de novas espécies. Antes disso, Junior explica que um levantamento analisa mais a fundo a arborização nos bairros e tenta entender quais demandas existem. Ele deve ser concluído até o fim deste ano.
"No passeio público, a gente tem 175 mil árvores, fora praças e quintais de imóveis. Já temos um estudo disponível com informações mais precisas e um guia de arborização. Em cima deles, faremos outro estudo que dirá onde tem deficiência e onde está tendo problema", descreve.

De graça, mas há regras - Quem estiver pensando em acrescentar um ponto verde ao quintal ou na frente de casa, não pode só chegar no viveiro e pedir para levar uma muda no carro. Há regras que precisam ser seguidas para evitar problemas urbanos como calçadas quebradas por raízes e plantio próximo à fiação de energia elétrica.
Pedidos de até três mudas devem ser feitos na gerência de arborização de prédio anexo à Central de Atendimento ao Cidadão da Capital. Em aproximadamente 15 dias, a pessoa é avisada que elas estão disponíveis para retirada.
Todas são todas gratuitas. Dia da Árvore (21 de setembro) é a data com maior distribuição espontânea, com aproximadamente 15 mil saídas a cada ano.
Apenas moradores da Capital são atendidos. Empresas não podem retirar mudas.
As árvores produzidas no local também servem para atender necessidades da própria prefeitura, como o reflorestamento de áreas de nascentes de córregos, por exemplo, ou arborização de praças e outros locais públicos.
Para cumprir a lei - Proprietários de novas construções de Campo Grande precisam atender à Lei Complementar nº 184 de 2011, e plantar uma árvore a cada 9 metros do terreno voltado à rua, observando que a espécie já deve ter 1,8 metro de altura no momento do plantio.
Os pedidos, nesses casos, também podem ser feitos na gerência de arborização e não são cobrados.
Em harmonia - Antonio trabalha em viveiros há 39 anos e está no Flora do Cerrado há quase 15. Ele conhece as plantas como ninguém e conta ter estudado para isso na Escola agrícola da Fundação Bradesco, em Bodoquena, e na Flora Sul, em Dourados.

As únicas plantas ornamentais que têm lá são plantadas e cuidadas próximas à casa dele. O viveirista mostra orgulhoso seus hobbies, vários bonsais. Ao lado, um pequeno pé-de-laranja dando frutos.
Trabalhar com plantas e estar no viveiro, para Antonio, tem um significado especial. "Harmonia", define.
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