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Meio Ambiente

Com produção de 150 mil mudas, viveiro é maternidade verde da cidade

Mudas são levadas para plantio em parques, praças e áreas verdes de Campo Grande

Aline dos Santos | 05/06/2019 06:21
Muda de ipê, no primeiro plano, pronta para ir às ruas. Ao fundo, mudas de paineiras, espécie conhecida por colorir a avenida Fernando Correa da Costa. (Foto: Henrique Kawaminami)
Muda de ipê, no primeiro plano, pronta para ir às ruas. Ao fundo, mudas de paineiras, espécie conhecida por colorir a avenida Fernando Correa da Costa. (Foto: Henrique Kawaminami)

“Se não houver frutos, valeu a beleza das flores; se não houver flores, valeu a sombra das folhas; se não houver folhas, valeu a intenção da semente” (Henfil)

Na maternidade do Viveiro Municipal Flora do Cerrado, não se exige silêncio, mas é necessário atenção: há vidas a nascer. Da área de sete mil metros quadrados, no Jardim Pacaembu, sai a produção anual de até 150 mil mudas que vai se espalhar em flores, folhas, sombras e sementes por Campo Grande.

Nascido no Tocantins, ainda na época que o território era Goiás, o viveirista Antônio Andrade, um declarado apaixonado pelo ipê amarelo, conta que o processo começa com a coleta de sementes.

A germinação acontece na estufa, com providencial chuva artificial para driblar a estiagem do Outono. As sementes ficam por lá de 7 a 45 dias, a depender da espécie. Antônio diz que a estadia mais longa, nesta etapa, é a do jatobá: 45 dias.

Já o ipê amarelo, de folha lisa, varia de 7 a 21 dias. A estufa acelera o processo de germinação. Na sequência, a muda vai passando pelos setores de cultivo até chegar ao estágio do plantio em parques, praças, áreas verdes e doação para os campo-grandenses. Nesta época de frio, o cuidado é redobrado para que as mudas cheguem a tempo de colorir a Primavera, a partir de setembro.

“Produz mudas de árvores frutíferas, como acerola, pitanga, caju, jabuticaba. Essas são mais para doação. E também tem para o plantio na cidade, como a quaresmeira, magnólia, pata de vaca, saboneteira, ipê, paineira”, afirma o gerente de fiscalização de arborização e áreas verdes da Semadur (Secretaria de Meio Ambiente e Gestão Urbana), Orsival Simões Júnior.

Mudas têm atenção redobrada com o frio e exigem cuidados constantes. (Foto: Henrique Kawaminami)
Mudas têm atenção redobrada com o frio e exigem cuidados constantes. (Foto: Henrique Kawaminami)

Nas doações, o ipê tende a ser o mais pedido, mas é analisado o local do plantio. Para receber a espécie, é preciso uma calçada grande, com mais de dois metros, e sem rede de energia ao lado. Neste ano, os ipês já começaram o despertar pela área urbana, numa conhecida e sempre bela sequência de tons de rosa, amarelo e branco.

As mudas são de espécies mais compatíveis com a área urbana. Conforme Júnior, na lista de árvores encontradas pelas ruas, mas não indicadas para as calçadas, estão o ficus e até pé de jaca. Ele explica que o ficus cresce rápido, chegando a 20, 25 metros de altura, enquanto as raízes se espalham pelo solo em busca de água.

Para quem gosta da algazarra das araras, a árvore sete copas é um atrativo. “A árvore é importante em qualquer lugar. Melhora a vida do cidadão”, afirma o gerente de fiscalização. Ele destaca o conforto térmico e a atração da fauna.

Na linha de frente da produção das mudas, o viveirista Antônio conta que fica chocado ao ver a depredação que elas sofrem pelas ruas. Como a quebra da ponteira, que inviabiliza o crescimento da planta, ou quando arrancam as mudas.

Serviço - Para quem deseja solicitar a doação de muda para o plantio em sua calçada ou quintal, somente no perímetro urbano, o interessado deve ir à Central de Atendimento ao Cidadão, na Rua Cândido Mariano, 2655, sede da Semadur e solicitar na recepção do 2º andar o formulário para solicitação de mudas. O atendimento é das 8h às 11h e das 13h às 16h.

Segundo Orsival Júnior, mudas vão para doação e plantio na cidade. (Foto: Henrique Kawaminami)
Segundo Orsival Júnior, mudas vão para doação e plantio na cidade. (Foto: Henrique Kawaminami)
Antônio é viveirista há 30 anos e apaixonado pelo ipê amarelo. (Foto: Henrique Kawaminami)
Antônio é viveirista há 30 anos e apaixonado pelo ipê amarelo. (Foto: Henrique Kawaminami)

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