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Cidades

Apreendido, computador de “Faraó dos Bitcoin” tem 400 milhões em criptomoedas

Em MS, sete moradores de Campo Grande e um de Corumbá afirmaram ter investido e levado golpe

Dayene Paz | 28/06/2023 08:44
Glaidson Acácio dos Santos, o "faraó do Bitcoin". (Foto: TV Globo/Reprodução)
Glaidson Acácio dos Santos, o "faraó do Bitcoin". (Foto: TV Globo/Reprodução)

Apreendido durante a Operação Kryptos da Polícia Federal, um notebook pertencente a Glaidson Acácio dos Santos, o “Faraó dos Bitcoins”, permanece intacto até hoje na Superintendência da PF no Rio de Janeiro. Isso porque Gladson nega fornecer a senha mesmo com a possibilidade de acordo para redução de pena. Em Mato Grosso do Sul, oito pessoas – sete de Campo Grande e uma de Corumbá – afirmaram ter investido nos “negócios” da GAS Consultoria.

O "Faraó" foi preso em agosto de 2021 acusado de comandar um esquema de fraudes bilionárias a partir de sistema de pirâmide financeira envolvendo criptomoedas. Pelo menos R$ 38,2 bilhões foram movimentados entre os anos de 2015 e 2021, no Brasil e no exterior, conforme a investigação da PF.

O esquema começou em Cabo Frio (RJ) e fez vítimas em todo o País - cerca de 80 mil pessoas foram lesadas. Conforme apurado pelo jornal O Globo, no notebook apreendido há uma Dash Core, carteira de criptomoedas denominadas “dash”, avaliada em R$ 400 milhões. A senha do computador também permanece desconhecida, pois Glaidson se recusa a fornecê-la. "É a minha aposentadoria, doutor", alegou para uma autoridade.

Quando foi preso, a PF apreendeu 591 bitcoins na casa dele - moedas encontradas em duas carteiras, estimadas à época em R$ 147 milhões. A PF teme que, uma vez solto, Glaidson consiga fazer um backup da Dash Core e, com a senha, saque as criptomoedas e desapareça com elas.

Dash é um dos 10 mil tipos de criptomoedas em circulação. Inicialmente, foi lançada para dificultar a rastreabilidade em negócios obscuros, razão pela qual era mais frequente no ambiente da dark web. Porém, ganhou mais transparência e confiabilidade após sofrer uma recente reformulação. Parada, como ocorre com a carteira de Glaidson, rende 6% ao ano.

Ainda, conforme O Globo, os bens e valores apreendidos pela Kryptos - sem incluir as dashs - foram estimados em R$ 400 milhões. Há quase dois anos, encontram-se sob custódia da 3ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, onde tramita a ação judicial por crime contra o sistema financeiro nacional que tem como réus Glaidson, a esposa, Mirelis Zerpa, e outras 15 pessoas.

A titular da 3ª Vara, juíza Rosália Figueira, já manifestou a interlocutores a pretensão de decretar o perdimento de bens e valores, por entender que tiveram origem ilícita. Porém, em ofício remetido à juíza no dia 22, outra magistrada, Elizabete Longobardi, da 5ª Vara Empresarial da Justiça estadual - onde corre uma ação falimentar contra a empresa de Glaidson, a GAS Consultoria Bitcoin - requereu a transferência dos bens, para que possam ser liquidados e utilizados no ressarcimento de cerca de 80 mil clientes lesados.

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