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Cidades

Com 18 casos confirmados, Segurança tem primeira morte e exposição preocupa

Policial civil em Ponta Porã, Waldir Rojas era hipertenso e morreu às 20h30 desta quinta-feira

Anahi Zurutuza e Marta Ferreira | 12/06/2020 10:16
Waldir Rojas, 27ª vítima da covid-19 em MS, morreu na noite de ontem (Foto: Arquivo pessoal/Reprodução)
Waldir Rojas, 27ª vítima da covid-19 em MS, morreu na noite de ontem (Foto: Arquivo pessoal/Reprodução)

Servidores que desempenham serviço essencial, os trabalhadores da Segurança estão diariamente vulneráveis ao novo coronavírus e a suspeita é que no transporte de presos ou diligências diárias o policial civil Waldir Rojas, de 52 anos, tenha contraído a covid-19. O investigador, que estava internado desde o dia 27 de maio, mesmo dia que veio o resultado positivo para a doença, é a primeira baixa nas forças de segurança de Mato Grosso do Sul.

Segundo a Sejusp (Secretaria de Estado de Saúde Pública), 18 servidores já foram confirmados com o vírus, 5 deles em Ponta Porã, onde Waldir estava lotado. O prefeito da cidade na fronteira, Helio Paluffo (PSDB), afirma que policiais estão trabalhando dobrado nos últimos dias e, portanto, duplamente expostos. “Estamos num período muito complicado, de muita movimentação, por causa da colheita da maconha no Paraguai. Isso também aumenta a demanda para policiais”.

O Sinpol-MS (Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul) informou que vai cobrar melhores condições de trabalho os servidores. “Vamos cobrar das autoridades que forneçam os EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) e teste todos os policiais civis, que continuam trabalhando na linha de frente servindo a população”, declarou Pablo Rodrigo Pael, presidente em exercício.

Contágio – O sindicato chegou a dizer que Waldir contraiu a doença por consequência do trabalho. Em nota divulgada no Facebook, a entidade afirmou que o policial esteve com Patrícia Marques Neto, 42 anos, moradora de Ponta Porã que ficou “famosa” por furar a quarentena e ter sido obrigada a usar tornozeleira eletrônica para garantir que ficasse isolada.

O investigador foi internado no Hospital Regional da cidade 8 dias depois que Patrícia passou a usar o equipamento. A SES (Secretaria de Estado de Saúde) informa, contudo, que não há como confirmar que a transmissão em decorrência da atividade, porque o policial “não teve contato direto com a paciente em questão” e “teve histórico de viagem para áreas com transmissão comunitária e epidemia da doença”.

Patrícia também afirmou à reportagem que não teve contato com o investigador. Ela está livre da quarentena desde o dia 25 de maio, mas ainda aguarda a Justiça determinar a retirada da tornozeleira.

O Campo Grande News apurou que Waldir somente fez o transporte de enfermeira do presídio de Ponta Porã até a casa da mulher. A profissional da saúde foi quem colocou o aparelho de monitoramento em Patrícia, no dia 19 de maio.

Waldir Rojas era hipertenso e trabalhava na 2ª DP (Delegacia de Polícia), unidade que chegou a ficar fechada por 7 dias após exames em policiais terem dado positivo. Ele morreu por volta das 20h30 de ontem (11) e é a 27º vítima da covid-19 em Mato Grosso do Sul.

2ª DP, que suspendeu atendimento por sete dias em Ponta Porã após confirmações de casos (Foto: Arquivo)
2ª DP, que suspendeu atendimento por sete dias em Ponta Porã após confirmações de casos (Foto: Arquivo)

Segurança – Conforme o último levantamento da Sejusp, 10 funcionários da segurança estão curados, mas somados aos 8 positivos ainda em quarentena, há outros 49 afastados por suspeita, aguardando o resultado de exames. Dos 18 confirmados, 12 comprovadamente contraíram a doença foram do expediente, ressalta a secretaria.

Na Polícia Civil, já houve 2 positivos em Campo Grande, 5 em Ponta Porã, 1 em Miranda, 1 em Guia Lopes da Laguna e 1 em Amambai.

Dois policiais militares foram confirmados com o coronavírus na Capital. Um já está curado e outro lotado na BPMTran (Batalhão de Policiamento Militar de Trânsito).

No Corpo de Bombeiros Militar, apenas um caso foi confirmado em Jardim. Em Dourados, servidora da Unei (Unidade Educacional de Internação) se contaminou.

Três servidores da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), uma lotada em Campo Grande e dois em Dourados, contraíram covid-19. Houve registro ainda de servidor da Coordenadoria-Geral de Perícias.

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