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Cidades

Pacientes de covid têm morrido mais rápido em MS, após 4 dias em média

Antes, as vítimas ficavam 19 dias entre a confirmação da covid e o óbito

Guilherme Correia | 19/03/2021 10:10
Monitor em UTI no Hospital Regional de Campo Grande. (Fotos Saul Schramm- Subcom)
Monitor em UTI no Hospital Regional de Campo Grande. (Fotos Saul Schramm- Subcom)

Pacientes com covid-19 têm demorado, em média, quatro dias até a morte pela doença, neste mês. Em fevereiro, esse tempo era de aproximadamente 11 dias. Já em março de 2020, levava-se 19 dias. Isso inclui internados, ou não, em todos os tipos de leitos.

Por meio de dados abertos da SES (Secretaria Estadual de Saúde), a reportagem calculou a diferença de dias entre a data que as vítimas foram notificadas com teste positivo para a doença, em comparação com o dia em que faleceram.

Segundo os dados oficiais, o paciente que demorou mais a morrer foi morador de Campo Grande, de 88 anos, internado por 133 dias a partir de 5 de agosto, seguido de um habitante de Chapadão do Sul, de 46 anos, hospitalizado por 112 dias a partir de 2 de abril do ano passado.

Além disso, os números indicam que, neste mês, ao menos 26 pessoas morreram no mesmo dia em que foi constatado a infecção pelo vírus - tinham entre 24 e 91 anos de idade.

Ao Campo Grande News, o infectologista Júlio Croda pontua que redução nesse índice pode ter sido causada pela nova variante do coronavírus, surgida em Manaus (AM), que possui características mais letais. "Impacto da nova variante, que é mais agressiva. Pessoas apresentam sintomas mais precocemente e também há a evolução da doença", diz.

Conforme o professor da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), a qualidade da assistência médica também pode ter piorado por conta de leitos improvisados.

Recentemente, foram noticiados casos de pacientes apresentando sintomas de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave) em unidades de pronto atendimento - as quais não são equipadas com todo o aparato médico adequado.

[A redução] foi a partir de janeiro mesmo, quando começou a circular a P1 [nova variante], e piorou agora com colapso", ressalta Croda.

O Campo Grande News tentou contato com a SES, via e-mail, questionando quais possíveis fatores para esse quadro, e se a pasta espera que ações tomadas até agora - como decreto estadual reforçando medidas restritivas - podem melhorar a situação da pandemia no Estado. Até o momento de publicação desta reportagem, não houve retorno.

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