Contra covid, estados cobram medidas restritivas padronizadas a Bolsonaro
Pedido será articulado entre os secretários de Saúde das 27 unidades da federação, como forma de reduzir danos da pandemia no País
Os governos estaduais, por meio das secretarias de Saúde, têm se unido para cobrar medidas em conjunto que contenham a pandemia da covid-19 nas cinco regiões do País. Conforme o titular da SES (Secretaria Estadual de Saúde) em Mato Grosso do Sul, Geraldo Resende, a ideia é cobrar "medidas restritivas" ao governo federal como forma de padronizar as ações.
Em transmissão na manhã desta segunda-feira (1º), ele garantiu que será divulgada uma "carta da saúde ao povo brasileiro", a partir de uma articulação entre os 26 estados brasileiros, além do Distrito Federal.
Construção de uma posição única de todos os governadores, para fazermos um pedido junto ao governo federal, para tomarmos medidas restritivas que levem, de fato, a diminuição do alto grau de contaminação e ao mesmo tempo alto grau de internações e óbitos que estão acontecendo em todo o País", explicou.
Essa preocupação acontece devido a altos índices de confirmação de casos e mortes pelo coronavírus, que também geram uma superlotação nas unidades de saúde. Hoje, pelo menos 17 estados têm índices acima de 80% de leitos hospitalares ocupados por pacientes com ou sem covid-19.
Resende reforça que estados vizinhos como Goiás, Paraná ou São Paulo, têm apresentado um situação preocupante, e que em Mato Grosso do Sul pode vir a piorar, e, em um cenário mais pessimista, se assemelhar ao que aconteceu em estados e capitais do norte do País.
No Estado - Por fim, ainda durante a coletiva, ele parabenizou secretarias de Saúde dos municípios do Estado que fizeram "mutirões" de imunização no último final de semana, com a recente chegada da quinta remessa de vacinas vindas do Ministério da Saúde. Mesmo assim, ele pediu que as ações sejam feitas em conjunto com as orientações estaduais, via Prosseguir (Programa de Saúde e Segurança da Economia).
Fazendo um "apelo" aos prefeitos, prefeitas e à Assomassul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul), ele argumentou que não se pode se deixar levar por "grupos de pressão", e que é necessário "seguir rigorosamente o que preceitua o programa".
Além disso, ele reforçou que "os decretos dos municípios têm de estar sincronizados com os decretos do Estado, para que não tenhamos interpretações equivocadas". Como exemplo, ele cita o toque de recolher - o Prosseguir define a recomendação do horário do mesmo, dependendo da cor da bandeira estipulada. Seguir ou não cabe aos gestores municipais.