Dados do Ministério mostram que 74 adolescentes tomaram vacina errada em MS
Secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, admitiu 27 erros, mas garante que não houve "prejuízo"
O secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, afirmou em live nesta manhã (17), que, ao menos, 27 notificações de aplicações "equivocadas" de vacinas foram feitas em 10 municípios de Mato Grosso do Sul, em adolescentes de 12 a 17 anos.
Ele também garantiu que os vacinados têm sido acompanhados de perto e que não há nenhum caso de reação adversa causada pelo imunizante aplicado. Com exceção de um imunizante contra a influenza, os demais eram de antígenos contra a covid-19, como Coronavac, Janssen e Astrazeneca, não aprovados pela Anvisa para essa faixa etária.
Comparando com os mais de 3,3 milhões de imunizantes aplicados em território sul-mato-grossense, tais ocorrências seriam equivalentes a um caso a cada 125 mil injeções.
Não existe o quantitativo de ter feito doses A, B, ou C em adolescentes. Todas as vacinas que apontamos foram vacinas da Pfizer. Houve sim erros de aplicação em 27 adolescentes do Estado, em 10 municípios, que foram aplicação de vacinas de uma forma equivocada, mas que não traz nenhum prejuízo a nosso adolescentes.
Segundo a secretaria, os erros foram registrados em Aquidauana, Campo Grande, Corumbá, Coxim, Dourados, Jardim, Naviraí, Coxim, Paranaíba, Ponta Porã e Três Lagoas.
Inserção de dados - A reportagem consultou o painel Mais Saúde, que divulga números oficiais da campanha de vacinação, e constatou que há 74 doses aplicadas de Coronavac, Janssen ou Astrazeneca em adolescentes, de 12 a 17 anos, com ou sem comorbidades. Nenhuma das três é permitida pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) a essa faixa etária.
Vale lembrar que cada ponto de imunização insere os dados de forma autônoma e depois, são compilados de forma geral. Nos quase nove meses de campanha, vários dados divergentes foram reportados pelo Campo Grande News, tais como prazo inadequado de vacinações, ou falta de informações, por exemplo.
Em geral, a justificativa costuma ser a respeito de erros no cadastro de informações. O secretário estadual de Saúde também mencionou que alguns casos de adolescentes que teriam tomado três doses, o que até agora é proibido, também é um erro de digitação.
"Não existem aplicação de três doses em adolescentes. Foi um erro de digitação ocorrido em um município de Mato Grosso do Sul e já foi sanado dentro do próprio sistema do acompanhamento vacinal do município".
Vale lembrar, diz, que essas informações são inseridas, em seguida, nos bancos de dados estadual e federal. "Depois, essa inserção de dado equivocada pelo equipe de saúde do município chegou também no SI-PNI, que filtra todos os encaminhamentos de vacinas", finalizou.