Diante de cidades "no limite", secretário defende repensar volta às aulas
Geraldo Resende diz que é preciso ação do poder público e mudança de comportamento das pessoas contra avanço da doença

Cidades da região sul e do norte de Mato Grosso do Sul estão “no limite” de sua capacidade de atendimento a doentes de covid-19 e a situação grave “vai chegar a Campo Grande”, que tem a maior rede hospitalar.
A fala é do secretário estadual de saúde, para quem é preciso, até, rediscutir o plano de volta às aulas presenciais na rede pública. Nas escolas estaduais, começou hoje o ano letivo, com uma espécie de acolhida aos alunos, e kits de proteção para preparar o retorno às aulas presenciais, em abril.
Ao Campo Grande News, Geraldo repetiu que os próximos dias serão difíceis e que é preciso agir em várias frentes para tentar conter o novo avanço da pandemia de coronavírus.
A doença está em fase de repique em todo o País. “A situação é muito séria não apenas em Mato Grosso do Sul”, afirmou o titular da Saúde. Desde a primeira morte, há cerca de 10 meses, foram 3,330 vítimas da doença no Estado.
De acordo com o secretário, é preciso que o Ministério da Saúde, “nosso maior órgão”, dê a linha de condução aos estados, e que a população colabore mais.
Resende citou ainda Carta do Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) divulgada nesta segunda-feira (1) pedindo medidas mais restritivas, incluindo veto a eventos públicos e até fechamento de aeroportos.
“Fique em casa” - Na visão do secretário, parte das pessoas está indo justamente na direção contrária das recomendações para impedir a transmissão da doença, apesar de os dados estarem em crescimento e de a vacinação ainda estar no seu começo.
No Estado, conforme o vacinômetro, o número de imunizações feitas não chega a 1,8% da população, nem com a nova remessa de doses feita na semana passada.
Quando à ocupação de leitos, já chega a 84% considerando os cem estabelecimentos de saúde dedicados a atender pacientes de covid-19 no Estado.