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Cidades

Em 10 anos, estelionatos quadruplicaram em MS

O primeiro ano da série histórica foi 2013, com 3.011 ocorrências; em 2022, número superou os 13 mil

Gabriel de Matos | 03/02/2023 07:00
Plataforma de vendas do Facebook, o Marketplace, na aba veículos (Foto: Reprodução)
Plataforma de vendas do Facebook, o Marketplace, na aba veículos (Foto: Reprodução)

O ano de 2022 em Mato Grosso do Sul foi o período com mais casos de estelionato desde 2013, com 13.057 ocorrências. Campo Grande concentrou a maior parte dos registros, com 5.346 casos. Até esta quinta-feira (2), o ano já teve 880 casos.

O número de estelionatos disponibilizados pela Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) cresceu ao decorrer dos anos, desde o início da série histórica. Em 2013, foram 3.011. Ao todo, são 58.379 casos em 11 anos.

Muitos desses casos envolvem compra e venda de veículos em plataformas como o Marketplace (do Facebook). No último mês, o Campo Grande News noticiou casos de estelionatos que começaram na rede social.

Um deles envolve jovem de 21 anos que perdeu R$ 4 mil ao tentar comprar moto anunciada na plataforma. O suposto vendedor combinou o encontro entre o verdadeiro dono do veículo e a vítima. No local, foi descoberto o estelionato.

Ainda em janeiro, um homem caiu em golpe ao comprar carro avaliado em R$ 70 mil por cerca de 20% do valor. A vítima encontrou o anúncio de um Citroën C3 custando apenas R$ 13 mil pela plataforma de vendas do Facebook.

Ao negociar, a suposta vendedora afirmou que não entregaria o carro até receber o valor por transferência eletrônica. A vítima enviou o valor combinado e foi bloqueada nas redes sociais pelo estelionatário.

O garagista Madson Pereira, de 41 anos, trabalha há cerca de 15 anos com a venda de automóveis seminovos e usados. Ele comenta que uma das principais formas do vendedor não cair em golpes é verificar e confirmar as informações com atenção.

"Tem que analisar a documentação física, nos órgãos de segurança digital. Além disso, solicitar que o comprador venha pessoalmente à loja para assinar os contratos".

Pereira ressalta que para o lojista, é importante observar se o cliente parece "desesperado" pela compra e insistente. "É importante checar a documentação pessoal. Há alguns sinais também, como a insistência na compra e não ter um veículo definido. Dizer que qualquer um serve, por exemplo".

Apesar de estar no ramo há anos, ele relata que, até o momento, nunca caiu em golpe de estelionato. "Não caí, mas já tentaram várias vezes".

Uma prática recorrente, segundo o garagista, é o golpe que envolve a falsificação da CNH (Carteira Nacional de Habilitação) e as assinaturas online de documentos. "Os golpistas querem confirmar financiamentos por assinatura digital, usando a foto do golpista, a CNH com dados de outra pessoa e a confirmação via selfie", explica Pereira.

Orientação - Em reportagem publicada pelo Campo Grande News, o delegado Ricardo Meirelles orienta que a pessoa deve checar as informações a respeito de possíveis cobranças, promoções ou compras feitas pela internet. O delegado instrui que seja feita a checagem de dados por meio de canais e sites oficiais.

Em caso de compras onlines, é recomendado que o cliente opte por comprar através de aplicativos autorizados e verificados pelas lojas de aplicativos, como a Apple Store e a Play Store.

O profissional também alerta para links suspeitos e propostas de emprego que chegam por meio das redes sociais. “Desconfiar de pessoas desconhecidas, sites desconhecidos, propostas milagrosas, lucros exorbitantes, produtos que não sabem a origem, a pessoa precisa se cercar de garantias de que conhece a empresa e que a empresa é uma empresa correta, checar avaliações, reclamações”.

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