Em Campo Grande, pai espera confiante retorno do filho que está na Palestina

Entre os 549 brasileiros que pediram ajuda da Embaixada Brasileira em Israel para voltar ao país de origem, está o estudante Luca Montenegro Sauer, 20. Ele tem família em Mato Grosso do Sul apreensiva, mas confiante que ele conseguirá pegar um voo e sair de região vizinha à zona de conflito com bombardeios e centenas de mortos desde este sábado (7).

Luca estuda História na UFF (Universidade Federal Fluminense), em Niterói. Foi até a Palestina participar de um congresso internacional. Apresentou um trabalho no evento, mas acabou surpreendido pelo conflito militar pouco antes de retornar ao Brasil.

O pai do estudante é Leandro Sauer, professor há mais de 30 anos na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) e superintendente de inteligência de dados na governadoria de Mato Grosso do Sul, em Campo Grande. A mãe é Maria Inesila Montenegro Sauer, professora do curso de Medicina da UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul).

Eles conseguiram contato com o filho no sábado mesmo e se certificaram que estava bem. Falaram com Luca novamente na manhã deste domingo (8), quando já eram 15h na Palestina.

No contato, o estudante transmitiu que está tudo tranquilo em Ramallah, na capital administrativa da Cisjordânia, onde ele está. A região fica a aproximadamente 50 quilômetros da Faixa de Gaza, o epicentro do conflito.

"Estamos conversando com ele. Não tem conflito nenhum ali, com exceção à greve dos palestinos relacionada a toda essa situação. Está tudo fechado, mas ele saiu hoje de manhã para comprar comida. Estamos aguardando [o retorno], apreensivos, mas esperançosos", disse o pai à reportagem.

Voo - Luca está hospedado em um hostel de Hamallah. A expectativa é que embarque em voo agendado para a próxima quarta-feira (11), que sairá de Telavive, cidade na costa israelense do mar Mediterrâneo.

Até então, o aeroporto está fechado. A companhia aérea e a Embaixada Brasileira confirmam o envio de aviões para o retorno dos brasileiros, segundo acompanha o pai.

"Não sabemos qual vai ser a velocidade disso [a chegada do voo] ou se ele pegará o voo na quarta-feira, de Telavive. Estamos de fato aguardando tudo isso, mas parcialmente tranquilos, porque em Ramallah a situação está tranquila", finaliza o pai.

O conflito - Motivado por disputa territorial entre palestinos e judeus, ele se arrasta por décadas, com marcos históricos e religiosos para as duas etnias. O reinício ocorreu quando o grupo palestino Hamas atacou Israel no sábado.

O governo israelense declarou guerra e faz operações de retaliação. É considerado o maior conflito armado na região nos últimos anos.

Não há registro de brasileiros vítimas dos ataques, de acordo com o Ministério das Relações Exteriores.

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