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Cidades

Em MS, 9 alas psiquiátricas deixam de receber presos após interdição

Ainda há cerca de 100 pessoas com transtorno mental detidas nesses locais

Por Cassia Modena | 23/03/2024 15:32
Em MS, 9 alas psiquiátricas deixam de receber presos após interdição
Entrada do Presídio de Segurança Máxima de Campo Grande, onde fica uma das alas psiquiátricas (Foto: Arquivo/Campo Grande News)

Desde a última terça-feira (19), alas psiquiátricas de presídios de Mato Grosso do Sul não recebem mais pessoas com transtornos mentais que cometeram crimes. Esses locais são 9 no Estado, ao todo, e ainda mantém cerca de 100 presos.

Os dados são do Reintegra, projeto do Ministério Público de Mato Grosso do Sul que desde 2019 atua pela desinstitucionalização delas, o que significa reinseri-las ao convívio social e buscar internação só quando outros métodos não dão conta.

Quem segue preso nas alas, terá o quadro psiquiátrico reavaliado em até três meses, conforme previsto na mesma medida que proíbe a entrada de novos presos, e é do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul.

Coordenadora do projeto, a promotora Jiskia Tretin explica que essas pessoas, quando não for atestado que voltarão à casa da família, serão encaminhadas para locais mais adequados, como preveem a Lei Antimanicomial e resolução do CNJ (Conselho Nacional de Justiça). Esses espaços poderão ser CAPS (Centro de Atendimento Psicossocial), leitos psiquiátricos em hospital, unidades de acolhimento ou casas terapêuticas.

Em MS, 9 alas psiquiátricas deixam de receber presos após interdição
Promotora Jiskia Tretin, durante reunião para criação de comitê que monitora medidas antimanicomiais (Foto: Divulgação/MPMS)

"São equipamentos da Rede de Atenção em Saúde Mental que atendam às necessidades do indivíduo, de acordo com o seu transtorno, sua área de residência, dentre outros. Na modalidade e período de tratamentos definidos de acordo com a equipe profissional de assistência", detalha a promotora.

Interdição - Jiskia acrescenta que, desde 2019, o projeto leva profissionais do SUS (Sistema Único de Saúde) para dentro das prisões com o objetivo de identificar as possibilidades de desinstitucionalização, o que tornou "bastante simples" a adequação às normas antimanicomiais vigentes no País.

Isso foi feito em parceria com Secretarias de Saúde, com a Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública), a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) e Tribunal de Justiça.

“Não fosse o trabalho desenvolvido por este grupo, que já é referência nacional em desinternação, teríamos pelo menos 150 medidas de segurança só na Capital”, estima a promotora.

A interdição parcial de todas as unidades prisionais destinadas às pessoas com transtornos mentais é determinação do CNJ válida desde o ano passado. Mesmo com as atividades do Reintegra, Mato Grosso do Sul só passou a segui-la oficialmente neste mês, com a proibição para a entrada de novos detentos e o prazo para reavaliação dos que já não estão em liberdade.

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