Entrega de Cargos de Auditores-fiscais tem prejudicado serviços na fronteira
Em dezembro de 2021, 18 auditores-fiscais pediram exoneração das funções de confiança
Os serviços prestados pela Receita Federal nas regiões fronteiriças de Mato Grosso do Sul, estão sofrendo impactos desde que auditores-fiscais, deixaram seus cargos em forma de protesto, gerando sobrecarga no quadro de colaboradores, segundo o presidente do Sindifisco Nacional do Estado, Anderson Novaes.
"A entrega dos cargos de chefia por auditores-fiscais da Receita Federal já está impactando no trabalho do órgão. Está ocorrendo uma demora maior na resolução das demandas burocráticas encaminhadas pelos contribuintes e um acúmulo de trabalho", disse Anderson em nota à imprensa.
Em dezembro de 2021, 18 auditores-fiscais pediram exoneração das funções de confiança. Entretanto, a Receita Federal ainda não concluiu a oficialização dos desligamentos dos cargos. Até então, somente 3 exonerações, duas de Mundo Novo e uma de Ponta Porã, foram oficializadas pelo órgão.
A entrega dos cargos é uma das principais ações da mobilização que os auditores fazem desde o fim do ano passado em todo o país. Coordenados pelo Sindifisco Nacional, eles protestam principalmente contra o corte de mais da metade do orçamento da Receita para 2022, cerca de R$ 1,2 bilhão.
O movimento também cobra do governo o cumprimento de acordo de 2016 para o pagamento de um bônus de produtividade e ainda a realização de concurso público para a categoria, o que não ocorre desde 2014.
Em 4 anos, entre 2017 e 2021, o número de auditores-fiscais da Receita Federal nas unidades alfandegárias de Mato Grosso do Sul caiu 29,55%, encolhendo de 44 para 31. Segundo o Sindifisco Nacional MS, ao mesmo tempo em que o quadro de servidores diminuiu, o volume de trabalho, principalmente nas aduanas, aumentou exponencialmente.