Estudantes de Medicina da UFMS perdem R$ 578 mil em golpe de formatura
"O sonho de 46 alunos e das nossas famílias foi destruído", conta presidente da comissão de formatura
Estudantes do curso de Medicina da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) perderam R$ 578 mil em golpe de formatura. No começo deste mês, os 46 formandos descobriram o rombo, denunciaram e agora fazem "vaquinha" para a festa de formatura.
Processo contra a empresa Brave Brasil Formaturas e Eventos foi formalizado no TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) na quarta-feira (25). De acordo com os advogados que representam os estudantes, Leonardo Duarte e Fernanda Mathias, quando a apropriação indevida foi descoberta a conta tinha só tinha R$ 36 mil e agora está zerada.
O acadêmicos da turma 51 de Medicina firmaram contrato com a Brave no ano passado. Desde então, faziam pagamentos para custear os serviços de festa e solenidades da formatura. Os repasses eram feitos por boleto bancário e por cartão de crédito.
"O sonho de 46 alunos e das nossas famílias foi destruído", conta presidente da comissão de formatura, Laís Amancio.
A estudante de 23 anos disse que os colegas conheceram a empresa através de indicação. "Nós pesquisamos, vimos algumas empresas daqui. A gente assinou o contrato em 2020".
Ao longo do contrato de prestação de serviços, os acadêmicos tiveram uma festa de 300 dias de curso e uma viagem no começo de 2022. No entanto, os comprovantes do serviços não foram mandados pela Brave.
A desconfiança começou após o evento. "A gente foi desconfiar porque no contrato precisava de uma assinatura da presidente da comissão para utilizar o dinheiro. Aí depois veio o caso de Maringá", alega Laís, se referindo a uma reportagem veiculada em um programa de televisão, mostrando que estudantes de medicina do Paraná também contrataram a empresa e denunciam que o dinheiro arrecadado para a formatura sumiu da conta.
A advogada dos estudantes, Fernanda Mathias, informou que a empresa deixou de prestar esclarecimentos. "A Brave não está se comunicando. Eles chegaram a marcar uma reunião conosco, mas não compareceram. Não respondem mais". Além disso, o site da empresa está fora do ar.
A conta bancária em que os recursos eram depositados estava em nome da Brave. Os estudantes possuíam uma autorização prevista em contrato para consultar o saldo. "Eu tinha um acesso parcial à conta. Ao longo dos dias, vi o saldo baixando", relata Laís.
O grupo dos futuros médicos estão organizando uma vaquinha para arrecadar dinheiro para a formatura deste ano. "A gente estava bem triste, alguns médicos ficaram sabendo e disseram que vão ajudar. Estamos com uma vaquinha".
A Brave Brasil Formaturas e Eventos foi procurada pelo Campo Grande News para se posicionar sobre o caso. A empresa sediada em Florianópolis, em Santa Catarina, não retornou até o momento.