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Cidades

Filha de chefão do narcotráfico está entre presos de operação desta terça

Grupo comprava, transportava e mantinha um laboratório onde a droga era misturada a outros componentes químicos

Geisy Garnes | 17/09/2019 15:46
Prisão da mulher aconteceu em Campinas (Foto: Divulgação/Baep)
Prisão da mulher aconteceu em Campinas (Foto: Divulgação/Baep)

Giuliana Palermo Carloni, filha do narcotraficante Gerson Palermo, foi presa na manhã desta terça-feira (17) durante ações da Operação Breaking Bad, realizada em cinco cidades de Mato Grosso do Sul e duas de São Paulo. O alvo é quadrilha de tráfico de pasta-base e cocaína. A mulher, de 29 anos, foi encontrada em Campinas.

Com mandado de prisão preventiva, Giuliana foi detida por policiais do Baep (Batalhão de Ações Especiais da Polícia) de Campinas no apartamento em que mora, no Parque Jambeiro. Segundo a imprensa local, na residência os militares ainda cumpriram mandado de busca e apreensão e recolheram computador, pen drives, documentações e anotações.

Giuliana é esposa de Caio Luiz Carloni, preso em Santos, litoral paulista, com meia tonelada de cocaína. Ligações interceptadas pela Polícia Federal registraram Gerson Palermo arquitetando uma fuga cinematográfica para o genro, em 2018.

Palermo - Considerado chefe e coordenador do esquema de tráfico de cocaína denunciado pela Polícia Federal na Operação All In, em 2017, Gerson Palermo foi condenado em agosto deste ano a 59 anos e dois meses pelos crimes de tráfico internacional de droga, associação para o tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro, em agosto deste ano.

Na decisão do juiz da 3ª Vara Federal de Campo Grande, Bruno Cezar da Cunha Teixeira, o narcotraficante ainda perdeu parte do seu patrimônio: três aeronaves, 14 caminhões e um aeródromo em Corumbá, município que faz fronteira com a Bolívia, país produtor de cocaína.

Palermo é piloto e acumula passagens pela polícia desde 1991. O crime mais ousado foi no ano 2000, com o sequestro de um Boeing da Vasp, que fazia a rota Foz do Iguaçu a São Luís. Com 61 passageiros e seis tripulantes, o voo foi desviado por oito homens armados para uma pista de pouso em Porecatu, no interior do Paraná, a cerca de 70 km de Londrina (PR).

Na ocasião os sequestradores levaram R$ 5 milhões que estavam no compartimento de cargas do avião. A prisão de Palermo aconteceu 14 dias depois, em Campo Grande.

Gerson Palermo durante prisão em 2017, apontado como chefão do narcotráfico. (Foto: Arquivo)
Gerson Palermo durante prisão em 2017, apontado como chefão do narcotráfico. (Foto: Arquivo)

Breaking Bad – As investigações que levaram à operação desta terça tiveram início em abril. Segundo o Gaeco, "a organização criminosa trazia cocaína e pasta-base da cidade de Corumbá para Campo Grande. Na residência de um dos integrantes, foi montado um laboratório onde a droga era misturada a outros componentes químicos para então ser comercializada no mercado varejista de Mato Grosso do Sul e São Paulo".

O esquema tinha três núcleos, liderados por José Roberto Cersózimo, de 55 anos, e sua esposa, ambos presos. Também conforme o Gaeco, cabia a eles a compra da droga em Corumbá, o pagamento do transporte até Campo Grande, o preparo do entorpecente e a chegada ao seu destino final. "O segundo núcleo era composto pelos transportadores do entorpecente, e o terceiro referente à guarda e preparação em laboratório. Apreendemos 80 kg de cocaína no decorrer de toda a investigação”, detalha o Ministério Público.

José Roberto já havia sido preso em junho deste ano, durante apreensão de drogas. Ele é apontado como principal fornecedor de cocaína no tráfico doméstico em Campo Grande e mantinha laboratório de refino de cocaína em uma residência no Jardim Radialista, em Campo Grande.

Nesta terça outro preso foi Edson Firmino dos Santos, de 37 anos, que durante a operação de junho também foi apontado como comparsa de José Roberto.

Equipes do Gaeco, do Bope e da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul e São Paulo saíram as ruas para cumprir no total 18 mandados de prisão preventiva, 2 de prisão temporária e 20 de busca e apreensão em Campo Grande Ladário, Corumbá, Três Lagoas, Ribas do Rio Pardo, Birigui (SP) e Campinas (SP).

Em Campo Grande a força-tarefa prendeu em flagrante pelo menos quatro pessoas – três homens e uma mulher. Dois deles, identificados como Francisco Jonhatan Lopes de Brito, o Chicão, de 31 anos, todos foram levados para a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) da Vila Piratininga. Ambos já tinham passagem pela polícia por tráfico de drogas. 

Uma mulher, de 31 anos, que seria esposa de um traficante, foi presa no Bairro São Jorge da Lagoa. Ela levada para a 6ª DP (Delegacia de Polícia). Um terceiro homem detido não foi identificado.

Em Três Lagoas, foi preso Zuemar da Silva Belgara, foragido há mais de dez anos e que já responde em São Paulo por associação para o tráfico e lavagem de dinheiro.

O nome da operação faz referência à série da TV americana mundialmente famosa, onde um professor de química, após descobrir um câncer termina, decide montar laboratório em casa para fabricar metanfetaminas para ganhar dinheiro e deixar a família bem.

Ação na manhã desta terça-feira, com prisões em Campo Grande. (Foto: Henrique Kaiwaminami)
Ação na manhã desta terça-feira, com prisões em Campo Grande. (Foto: Henrique Kaiwaminami)
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