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Cidades

"Flexibilizei e a covid disparou", diz prefeito de cidade com bandeira cinza

Segundo Derlei Delevatti, até outubro a doença estava sob controle, mas prefeitura cedeu à pressão e tudo mudou

Ângela Kempfer | 05/11/2020 12:11
"Flexibilizei e a covid disparou", diz prefeito de cidade com bandeira cinza
Rio em Murtinho, que aglomerou multidão no fim de semana. (Foto: Divulgação)

Entender a "bandeira cinza" de Porto Murtinho não é difícil diante do relato do prefeito Derlei Delevatti (PSDB) sobre o avanço da covid-19 no município. "A mídia baixou a guarda, a população pressionou, flexibilizei as medidas e a doença disparou", resume ele.

A partir de março, quando o coronavírus se instalou em Mato Grosso do Sul, Murtinho foi um dos primeiros a decretar toque de recolher e criar barreiras sanitárias. Na avaliação de Derlei, as medidas barraram o avanço da doença.

Até 19 de outubro eram 184 casos e 5 mortos. Mas ele diz que começaram as pressões e o jeito foi revogar decretos de restrição. "Estava tudo controlado, mas ai liberamos e o reflexo veio nas últimas 2 semanas", conta.

A flexibilização não poderia vir em pior momento, admite. "Tem muita gente aglomerando para fazer campanha. Um monte de pessoas dentro da casa de eleitor em grupo de risco. É um absurdo. Outro agravante é que no fim de semana, a cidade estava lotada de turistas, porque era o último de pesca", lembra.

A cidade de quase 16 mil habitantes, a 431 quilômetros de Campo Grande, é hoje a única com grau extremo de risco de proliferação da doença no Estado. Tem 272 contaminados e 9 óbitos, 2 nas últimas 24 horas.

Aparentemente revoltado, ele diz ser alvo até de ataques bem agressivos de pessoas que são contra novos fechamentos. "O povo não aceita. Também acho um absurdo ter eleição este ano, em plena pandemia", critica o prefeito que não é candidato este ano.

Segundo ele, até amanhã deve ocorrer uma conversa com juiz eleitoral para pedir medidas severas contra aglomerações.

Na segunda-feira, a prefeitura já retomou o decreto de toque de recolher a partir de 22 horas e também proibiu a caminhadas políticas com grupos de mais de 10 pessoas, inclusive esse tipo de aglomeração em carreatas,. Já o comércio segue totalmente aberto, assim com a única escola particular da cidade. As redes estadual e municipal seguem só com aulas remotas.

Um agravante é que Porto Murtinho não conta com leitos de UTI no hospital da cidade. Casos mais graves são transferidos para Jardim, a cerca de 200 quilômetros,  em 3 ambulâncias a disposição.

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