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Cidades

Golpe no tráfico: neste ano, apreensões de cocaína cresceram 11 vezes em MS

Instalação de radares na fronteira tem feito traficantes mudarem estratégias para entrar com a droga

Guilherme Correia | 18/03/2022 10:03
Apreensão de tabletes de cocaína pela Polícia Rodoviária Federal. (Foto: PRF)
Apreensão de tabletes de cocaína pela Polícia Rodoviária Federal. (Foto: PRF)

De acordo com dados da Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública), divulgados pela própria pasta, apreensões de cocaína tiveram aumento de 1.114%, até a parcial de 14 de março, no comparativo com o mesmo período de 2021, ultrapassando 2,1 toneladas.

No primeiro bimestre de 2021, foram apreendidos pouco mais de 128 quilos de cocaína. Neste 2022, são 918,7 quilos interceptados, entre janeiro e fevereiro - aumento de 616% nos dois primeiros meses do ano em MS.

No entanto, as interceptações da primeira metade deste mês incluem duas grandes cargas - uma de 483,6 quilos, apreendida pelo Draco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado) da Polícia Civil, no dia 8, na MS-040, em Campo Grande.

A outra de 540 quilos, pelo DOF (Departamento de Operações de Fronteira), no último dia 10, na MS-280, em Laguna Carapã.

Estratégia - Em publicação no site oficial de notícias, o coronel Wagner Ferreira da Silva, diretor do DOF, acredita que a instalação de radares na fronteira com o Paraguai e a Bolívia contribuíram para aumento nas apreensões de cocaína.

“O que a gente tem percebido aqui na região de fronteira, é que houve uma mudança de estratégia e rotas por parte do crime organizado, por conta da instalação dos radares na fronteira com o Paraguai, em Porto Murtinho e Ponta Porã, e com a Bolívia em Corumbá."

Desta forma, diz ele, traficantes têm dificuldades para colocar cocaína em solo brasileiro, via região do Pantanal, e entra primeiro no Paraguai por via aérea e na sequência é transportada por terra para o Brasil. “Essa entrada acontece mais pela região do Paraguai e, com isso, houve um aumento nas apreensões de cocaína."

O titular da Sejusp, Antonio Carlos Videira, atribui o expressivo aumento nas apreensões de cocaína aos investimentos em equipamentos, viaturas, capacitações e inteligência, que segundo ele, tem sido desenvolvida em parceria com os países vizinhos e com as outras instituições de segurança pública na esfera federal.

“Face a repressão feita no espaço aéreo com os radares e nas rodovias, com o aumento do policiamento proporcionado pela Operação Hórus, por exemplo, fez com que os traficantes voltassem a realizar o transporte de forma fracionada, via aérea dentro dos países vizinhos com aeronaves voando a baixa altitude e via terrestre e aquática em território brasileiro."

Segundo ele, outra modalidade que vem sendo adotada pelos criminosos para colocar a cocaína em território brasileiro, é o transporte do entorpecente pelos rios, em barcos. “Também tivemos apreensões de grandes quantidades de cocaína, que foram transportadas por exemplo pelo rio Aquidauana, até o município, onde seria embarcada em caminhões, mas graças a eficiência dos nossos policiais a droga acabou apreendida", completa.

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