"Humilhação muito grande", diz vigia chamado de "preto" e "lixo" por folião
Vítima relatou que em 13 anos de profissão nunca passou por isso
"Você é um preto, lixo. Não vai passar disso". Essas foram parte das ofensas ditas ao vigilante Jocsa Conceição da Silva, de 31 anos, durante o trabalho, no fim da noite deste sábado (18), na Esplanada Ferroviária, por um homem que, segundo a vítima, é funcionário público e tem 37 anos.
As injúrias não pararam por aí. O suspeito continuou chamando o trabalhador de gordo e guardinha de merda, pobre e preto. Neste momento, a vítima acionou a polícia.
O suspeito continuou ameaçando Jocsa, afirmando que era amigo de policiais. "Não tenho medo de polícia, vou chamar meus amigos coronéis. Ninguém vai me prender, tenho políticos amigos", teria afirmado o acusado.
O vigilante Jocsa afirmou ao Campo Grande News que tem 13 anos de profissão e nunca passou por isso. O fato mexeu com o psicológico do trabalhador, que precisou tomar alguns medicamentos. "Nunca imaginei sofrer uma humilhação tão grande como essa. Faço meu trabalho com excelência, respeito a todos, zelo pela segurança das pessoas e vem uma pessoa que não me conhece fazer isso. Eu não imaginava que fosse possível algo assim acontecer, pois sempre ensino minhas filhas que somos todos iguais", desabafou o trabalhador.
Ainda de acordo com o boletim de ocorrência, o autor chegou a ser detido, mas negou o crime, alegando que não havia provas. A cena foi testemunhada por colegas de trabalho da vítima.
O vigilante foi alvo da fúria do homem ao tentar impedi-lo de ter acesso ao palco do bloco Cordão Valu.
Diante dos fatos, o segurança procurou a Depac do Centro (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) para registrar boletim de ocorrência. No documento, consta que o autor parecia estar embriagado.
A vítima enfatiza que registrou boletim de ocorrência e vai entrar com uma ação contra o suspeito. "Injúria racial é crime, ele tem que pagar por isso", finalizou.