ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
AGOSTO, QUARTA  21    CAMPO GRANDE 36º

Cidades

Inventário poderá ser feito em cartório mesmo com herdeiros menores de 18 anos

MP será responsável por fiscalizar os casos e encaminhar ao Judiciário caso considere as partilhas injustas

Por Jhefferson Gamarra | 21/08/2024 15:40
Plenário do CNJ durante a votação da medida (Foto: G. Dettmar/Ag. CNJ)
Plenário do CNJ durante a votação da medida (Foto: G. Dettmar/Ag. CNJ)

O CNJ (Conselho Nacional de Justiça) aprovou, nesta terça-feira (20), uma mudança que permite que inventários, partilhas de bens e divórcios sejam realizados em cartórios mesmo que envolvam menores de idade e pessoas incapazes. Antes, esses processos só poderiam ser resolvidos extrajudicialmente se não houvessem menores ou incapazes envolvidos. A presença de um advogado continua sendo obrigatória.

Para que esses trâmites ocorram em cartório, é necessário que o procedimento seja consensual. No caso de partilhas, é exigido que os menores e incapazes recebam exatamente a parte a que têm direito.

O Ministério Público será responsável por fiscalizar esses casos e poderá encaminhá-los ao Judiciário caso considere a divisão injusta. Os tabeliões dos cartórios também terão o poder de remeter o processo ao juiz se identificarem algo suspeito.

A nova medida foi inicialmente proposta pelo conselheiro Marcos Vinícius Jardim, que concluiu seu mandato em 10 de maio. Posteriormente, a proposta foi adotada pelo corregedor nacional de Justiça, Luis Felipe Salomão, e pelo presidente do CNJ, Luis Roberto Barroso.

Segundo o CNJ, essa medida busca desafogar o Poder Judiciário, que atualmente possui mais de 80 milhões de processos em andamento. Nos casos de divórcio envolvendo filhos menores ou incapazes, a guarda, a visitação e o pagamento de pensão devem ser previamente acordados na Justiça.

"Certamente, o Judiciário não suporta, além dos 80 milhões de processos em andamento, lidar também com os inventários e partilhas envolvendo menores", afirmou o conselheiro João Paulo Schoucair, ao apresentar seu voto no conselho.

Nos siga no Google Notícias