Inverno “do coronavírus” não será rígido, mas exige cuidado redobrado
Especialista alerta que temperatura em declínio e a baixa umidade relativa do ar favorecem a transmissão do vírus
O inverno chega a Mato Grosso do Sul neste sábado (19), às 17h44. O prognóstico é de que o frio não seja rigoroso, mas isso não significa que a população possa relaxar em relação as medidas de proteção contra o novo coronavírus.
O infectologista Julio Croda explica que a temperatura em declínio e a baixa umidade relativa do ar favorecem a transmissão do vírus. “As pessoas tendem a ficar em ambientes mais fechados, sem ventilação. Isso é favorável para o vírus respiratório”, explica.
Julio Croda aponta ainda que é neste período a maior circulação de vírus respiratório e maior número de internação. “Isso é mais uma justificativa importante, para que a gente aumente as medidas de isolamento social, neste momento de aumento crescente em todo o Estado”, avalia.
O uso obrigatório de máscaras em ambientes públicos e privados também pode, segundo o especialista, contribuir com a redução de casos confirmados da doença.
“É extremamente positivo, terá redução importante de transmissão se todos usarem máscara. Além de medidas associadas, como manter a distância acima de 1,8 metro em atividades fora do domicílio”, aponta.
Nas ruas, a população já se mostra mais preocupada com a disseminação de casos. O vendedor Antônio Roberto, de 37 anos, acredita que o vírus é um problema “com ou sem inverno”. “Pode ser que influencie, mas é só redobrar os cuidados”, lembra ele, citando lavar as mãos com água e sabão com frequência, usar álcool em gel e máscara.
A atendente Jaine Ferreira, de 20 anos, diz estar mais preocupada. “Provavelmente os casos vão aumentar, as pessoas vão ficar mais expostas ao vírus”, diz. Ela conta que tem problema de saúde e precisará se cuidar ainda mais. “Os hábitos vão mudar durante o inverno. As pessoas vão ficar mais dentro de casa ou pelo menos deveriam”, cobra.
A agente de serviço hospitalar Jociane Laura da Costa, de 39 anos, avalia que a passagem do inverso será um “período difícil”. “Acho que vai ser pior, agora que o ‘bicho vai pegar’. A população é irresponsável, as pessoas saem, correm risco de se contaminar e levar o vírus para dentro de casa. Agora o isolamento será ideal e as pessoas precisam se proteger, retomar os cuidados do início da pandemia”, afirma.