Morto em 2021, Jamil Name vence causa milionária e valor deve ir para família
O processo é resultado de empréstimo que não foi pago a Name, apontado como chefe jogo do bicho em MS
O empresário Jamil Name, acusado de chefiar uma facção criminosa ligada ao jogo do bicho em Mato Grosso do Sul, ganhou recentemente uma causa na Justiça no valor aproximado de R$ 3 milhões. Como ele morreu em junho de 2021 de covid-19 enquanto estava preso, o valor deve entrar no espólio, ou seja, para os herdeiros. Ainda cabe recurso.
Em janeiro de 2015, Jamil emprestou R$ 1,8 milhão ao empresário de Cuiabá Velbster Artur Saldanha Birtche e ao amigo dele Valdir Raupp de Matos Filho, empresário e filho do ex-senador e ex-governador de Rondônia.
O valor da dívida foi questionado por Birtche, um tipo de fiador no negócio que acusou Jamil de agiotagem. Segundo a defesa dele, o montante subiu rápido demais, chegando a R$ 2,4 em menos de oito meses. O recurso foi negado pela Justiça.
"Ocorre que, conforme a regra prevista no inciso I do artigo 373 do Código de Processo Civil, o recorrente não logrou êxito em comprovar que o instrumento de confissão de dívida, que instrui o feito executivo, seja fruto de prática de agiotagem e que foi expedida para o pagamento de juros extorsivos", destaca trecho da decisão do desembargador João Maria Lós.
Inicialmente, o caso foi registrado como uma transação na qual Name teria vendido carros aos empresários por meio da Trianon Administração Empreendimentos e Participações Ltda. A discussão sobre o empréstimo foi parar na Justiça por falta de pagamento em 2017.
Segundo os autos, o empresário cuiabano via como grande vantagem para os negócios conectar-se a importantes nomes do cenário político e empresarial das regiões Norte e Centro-Oeste.
Só que o negócio “acabou por tornar um inferno a vida do embargante, pois para o seu desespero o executado Valdir Raupp Filho não cumpriu com o pagamento da quantia emprestada do embargado [Jamil], recaindo sobre o embargante [empresário] o temor de sofrer as consequências de ser um devedor deste último”.
Como parte do negócio ainda aparece um avião de Jamil Name que teria sido entregue à Raupp. Uma forma de materializar o negócio para afastar a condição de agiotagem. A defesa de Velbster Birtche alega nos autos que a aeronave nunca transferida.
A reportagem não conseguiu contato com as defesas dos empresários citados no processo.
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