MS tem quase 300 mil não vacinados contra covid
São 11,32% de 2 milhões de sul-mato-grossenses aptos para vacinação e que sequer tomaram a primeira dose
Um ano após o início da vacinação contra covid-19, Mato Grosso do Sul ainda tem quase 300 mil pessoas que não tomaram sequer uma dose do imunizante. Ao todo, mais de 2 milhões completaram o ciclo de duas doses ou dose única.
Os dados foram informados ao Campo Grande News pela SES (Secretaria de Estado de Saúde) por força da LAI (Lei de Acesso à Informação). São 297.713 pessoas que não procuraram se imunizar, segundo o painel e-Vacine, com números de 26 de janeiro.
Isso representa 11,32% do público apto para vacinação, que são 2,6 milhões de sul-mato-grossenses com idade a partir de 5 anos. É importante ressaltar que os números da secretaria podem incluir cidadãos de fora do Estado que se vacinaram aqui e foram contabilizados.
Outro fator que deve ser considerado é que muitas pessoas foram se imunizar em outros municípios, o que leva algumas cidades a terem mais vacinas aplicadas que população apta à imunização.
Quanto à segunda dose, 21% não voltaram para concluir o ciclo vacinal. São 552.126 pessoas com apenas uma dose, que não garante uma proteção plena contra o coronavírus.
Já os números das doses de reforço também mostram pouca adesão da população. Até agora, 67,99% ainda não tomou a terceira dose, o que representa 1,7 milhão de pessoas.
Passaporte vacinal – Autoridades e especialistas demonstram preocupação com esses dados. “Precisamos de busca ativa e passaporte vacinal para algumas atividades, como eventos a partir de 100 pessoas”, avaliou o infectologista Julio Croda, da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).
O médico enfatizou que restrições como o passaporte podem auxiliar na redução de casos e internações. “Essas pessoas com só uma dose, por exemplo, tem maior risco de hospitalização e óbito”, frisou.
Assessor militar da SES, o coronel do Corpo de Bombeiros Marcelo Fraiha destacou que, neste momento, o sul-mato-grossense precisa se conscientizar da importância da vacina.
“O cidadão precisa olhar os números da imunização e se conscientizar. O Estado tem investido na busca ativa, auxiliando os municípios. Corumbá tem 80% de internados que não se vacinaram, as pessoas precisam fazer essa opção pela vacina”, ponderou.
A chamada busca ativa é um trabalho executado pelas secretarias de Estado e municipais de Saúde, que verifica quantas pessoas não se vacinaram ou estão com o calendário de imunização atrasado e telefona ou visita esse público para lembrar da importância desse ato.
Municípios – Em números gerais, por ser a capital, Campo Grande concentra o maior número de pessoas que não se vacinaram. Dos 851.675 habitantes aptos, 57.121 não procuram os polos de imunização, o que representa 6,71%.
Outros 161.810 cidadãos não foram tomar a segunda dose, representando 19% do total. E 571.664 não buscaram a dose de reforço, o que dá 67,12% do público alvo.
Percentualmente, Itaporã tem a maior proporção de não vacinados, são 37,37% dos 23.451 cidadãos aptos que não tomaram sequer uma dose, ou 8.764 pessoas. Outras 9.459 não buscaram a segunda dose (40,33%) e 15.445 não receberam o reforço (65,86%).
Já Sidrolândia tem o maior percentual de cidadãos que ainda não tomaram a segunda dose, 42,71% de 55.077 habitantes, ou seja, 23.526 estão com o calendário atrasado. E Paranhos tem 82,46% do público-alvo que não tomou a dose de reforço, o que representa 10.646 de 12.910 pessoas.
Segundo maior município do Estado, Dourados tem 8,25% de não vacinados, ou 17.451 habitantes. Já 20.65% não tomou a segunda dose, o que representa 43.699 pessoas. Outras 158.330 não buscaram o reforço, 74,83% do total. São 211.590 douradenses aptos a se vacinar.
Rio Negro tem o menor número de pessoas sem nenhuma dose. Apenas nove não foram aos postos, das 4.509 aptas. E 374 deixaram de procurar pela segunda dose.
Paranaíba, Chapadão do Sul, Selvíria, Inocência, Ponta Porã, Costa Rica, Ivinhema, Antônio João, Vicentina e Novo Horizonte do Sul vacinaram não só toda a população apta para primeira dose, como ainda tiveram imunizantes suficientes para pessoas de outros municípios.
Colaborou Guilherme Correia.