PF faz operação contra desvio de dinheiro em praça centenária de Corumbá
Equipes cumprem mandados de busca na casa de empresários e servidores
Com alvos em Corumbá e Campo Grande, a operação Independência foi deflagrada nesta quarta-feira (dia 12) pela PF (Polícia Federal) para combater desvio de recursos públicos na reforma da Praça da Independência, na Cidade Branca, que custou R$ 2 milhões, sendo R$ 1,6 milhão do PAC Cidades Históricas.
A operação, em parceria com a CGU (Controladoria-Geral da União), cumpre oito mandados de busca e apreensão em Corumbá e na Capital, contra empresários e funcionários públicos ligados à administração municipal de 2013 a 2016. Neste período, o prefeito de Corumbá era Paulo Duarte.
A reportagem não conseguiu contato com o ex-prefeito, mas um dos alvos foi a casa dele aqui na Capital. Em Campo Grande, uma das equipes da PF amanheceu no edifício Grand Palais, na Rua Antônio Maria Coelho, de onde saiu com documentos e um computador.
Segundo as investigações, o grupo teria sido favorecido em licitação, além de não ter entregue, ou ter entregue apenas em parte da obra de reforma da Praça Independência. Os mandados foram expedidos pela Justiça Federal de Corumbá.
Os investigados poderão responder por crime de peculato e frustração de caráter competitivo do processo licitatório. O nome da operação é alusivo à Praça Independência, centenária e localizada no Centro de Corumbá.
Pente-fino - Com recursos de R$ 1,6 milhão do PAC Cidades Históricos (Programa de Aceleração do Crescimento) e R$ 462 mil da prefeitura de Corumbá, a revitalização da praça foi entregue em 29 de junho de 2016.
A obra foi executada pela empresa C.C. Ferreira Lopes &Cia Ltda, que tem sede em Corumbá. O contrato entre a Fundação do Instituto do Desenvolvimento Urbano e Patrimônio Histórico de Corumbá e a empresa foi publicado em 8 de junho de 2015.
De acordo com a CGU, foram identificadas restrições à competitividade do certame, indicativo de fraude processual, falsidade ideológica e a existência de vínculos entre integrantes da empresa contratada e agentes públicos municipais diretamente relacionados com a contratação e a execução da obra.
O pente-fino da corregedoria derivou de pedido do MPF (Ministério Público Federal). Com 11 mil metros quadrados, a praça foi construída pelo paisagista francês Auguste François-Marie Glaziou, e na época, representou o status de modernidade para a “Cidade Branca”. A reportagem não conseguiu contrato com a empresa.
(Matéria editada às 9h13 para acréscimo de informação)