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Cidades

PF já tem provas contra 4 fazendeiros por fogo no Pantanal de MS

Fogo queimou pelo menos 25 mil hectares, equivalente a cerca de 25 mil campos de futebol

Anahi Zurutuza | 25/09/2020 12:23
Operação Matáá vistoriou propriedades de cinco fazendeiros no Pantanal de MS (Foto: PF/Divulgação)
Operação Matáá vistoriou propriedades de cinco fazendeiros no Pantanal de MS (Foto: PF/Divulgação)

O fogo que queimou pelo menos 25 mil hectares, equivalente a cerca de 25 mil campos de futebol, no Pantanal de Mato Grosso do Sul teve início em quatro grandes propriedades no município de Corumbá, segundo apurou a Operação Matàà, da PF (Polícia Federal).

Ainda conforme o resultado da investigação, ao qual o portal Uol teve acesso, os focos surgiram no 30 de junho, quase na mesma hora, em quatro propriedades localizadas na região oeste do Rio Paraguai. A suspeita é que o fogo colocado para transformar áreas de vegetação em pastagens perdeu o controle.

De acordo com a reportagem, a partir de imagens de satélite da Nasa (agência espacial americana) e do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), os peritos da PF encontraram vestígios que indicariam a ação humana nas queimadas nas propriedades rurais. Depois, no dia 14 de setembro, quando foi deflagrada a operação, depoimentos de moradores e funcionários corroboraram com os dados coletados remotamente pela investigação.

O Uol divulgou o nome de somente uma das fazendas, a Bonsucesso, de propriedade do pecuarista, empresário e delator na operação Lama Asfáltica, Ivanildo da Cunha Miranda, de 62 anos.

Conforme já havia divulgado o Campo Grande News, um dia depois da PF fazer “batida” em fazendas, um homem que se apresentou à 1ª DP (Delegacia de Polícia) de Corumbá como representante de Ivanildo e registrou boletim de ocorrência informando que as chamas vindas de outras propriedades do Pantanal atingiram a área do cliente, consumindo aproximadamente 4 mil hectares de pastagens e vegetação nativa de três fazendas vizinhas: a Uval, a Santa Amália e a São Bento, todas na região do Paiaguás.

Na corrida por registro de boletins de ocorrência, principalmente após operação da PF, também foram relatados incêndios em áreas das fazendas Otilia, localizado na região do Porto da Manga, Saran e Santa Mônica. Os relatos também ajudaram a traçar o caminho da destruição na região pantaneira.

Ainda segundo o Uol, nos depoimentos que prestaram à PF, os fazendeiros negaram ter mandado colocar fogo nas fazendas. A reportagem conversou somente com o advogado de Ivanildo, Newley Amarilha, que garantiu ter provas da inocência do cliente. "Vamos provar com as imagens de satélite da própria polícia que o fogo não começou na fazenda do meu cliente. Mas infelizmente não tive ainda acesso ao inquérito", afirmou.

Pantanal sofre com incêndios há mais de um mês (Foto: CBMS/Divulgação)
Pantanal sofre com incêndios há mais de um mês (Foto: CBMS/Divulgação)

A operação - No dia 14, devido à fumaça, equipes da Operação Matàà precisaram trocar helicópteros por lanchas. A ação cumpriu 10 mandados em Corumbá e Campo Grande em busca de celulares e documentos. Os alvos eram cinco fazendeiros, que não tiveram os nomes divulgados.

Nome da operação, Matáá significa fogo no idioma guató, numa referência aos índios que vivem nas proximidades das áreas atingidas.

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