PM aposentado de SP assume comando do Ibama em MS
Carlos de Oliveira Guandalim tem no currículo experiência em segurança, mas nenhuma referência ao meio ambiente
O tenente-coronel aposentado da PM (Polícia Militar) de São Paulo, Carlos de Oliveira Guandalim, foi nomeado como novo superintendente do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) de MS. No currículo, experiência no setor público no setor de segurança, mas nada relacionado ao meio ambiente.
Ontem, Luiz Carlos Marchetti foi exonerado do cargo e disse que a troca de cargo foi ação “sórdida”.
Carlos de Oliveira Guandalim autou na PM por mais de 30 anos. conforme dados divulgados no Portal Holambrense, em 2017, Guandalim é mestre em Ciências Policiais de Segurança Pública e Ordem Pública pela Academia de Polícia Militar do Barro Branco (APMBB), instituto responsável pela formação da PM a nível superior.
O PM aposentado sempre trabalhou na área operacional da PM em vários batalhões da capital paulista. Em 1995, foi transferido para a região de Campinas. Em seguida, já na função de capitão do 26º batalhão, comandou a cidade de Itapira (SP). Ao ser elevado à função de major, trabalhou na coordenadoria operacional e como sub-comandante do batalhão na região.
Em abril de 2017 assumiu a diretoria de Segurança, Trânsito e Defesa Civil de Holambra onde ainda atuou, pelo menos até maio de 2019. Depois dessa data, não consta qualquer referência que tenha assumido algum cargo público seja na área de segurança ou meio ambiente.
Guandalim foi nomeado em portaria assinada pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.
Ontem, em entrevista ao Campo Grande News, Marchetti criticou a nomeação, mas não havia divulgado o nome do sucessor. “O que está acontecendo é uma coisa sórdida . Um policial militar lá de dentro pediu minha vaga e a sequência disso foi a sequência de uma política equivocada do ministro, que mobiliou todo o Ibama”, disse Marchetti.
Para Luiz, o interesse de Salles é beneficiar quadros da Polícia Militar de São Paulo, base política do ministro. “Ele já fez o mesmo em outros Estados. É uma pena porque vai mandar para o meio ambiente uma pessoa que nunca pisou aqui. Eu estou no Estado há 30 anos”, desabafa. Ele estava à frente do Ibama desde 17 de junho de 2019.