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Cidades

Preso, homem é apontado como motorista de quadrilha e passava recados

Investigação levou à operação e cumprimento de 63 ordens judiciais em MS e mais 5 estados

Por Dayene Paz | 01/11/2023 10:20
MMaconha apreendida durante cumprimento de mandados nesta terça-feira (Foto: Gaeco/Divulgação)
Maconha apreendida durante cumprimento de mandados nesta terça-feira (Foto: Gaeco/Divulgação)

Preso durante a Operação Entrepostos, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), Marcelo Rosa, de 40 anos, é apontado pela investigação como motorista da quadrilha voltada ao tráfico de drogas. Ele também, segundo a investigação, prestava apoio "estrutural" e passava recados.

A Entrepostos foi deflagrada nesta terça-feira (31) para cumprir 63 mandados judiciais contra traficantes, sendo 33 de prisão preventiva e 30 de busca e apreensão em MS e mais cinco estados: Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná e São Paulo.

Marcelo Rosa, ou "Trutão", foi preso em casa, no Jardim Los Angeles, na Capital. Além de alvo de mandado de prisão na operação, ele acabou sendo pego no flagra com porções de maconha, evidentes que seriam comercializadas. Contudo, para a defesa, seriam para uso pessoal.

O advogado de Marcelo, Marcos Ivan, conversou por telefone com a reportagem do Campo Grande News e informou que está se inteirando do processo. "A defesa entende que esses processos são confusos pela quantidade de réus. Não individualizam as condutas. Trouxe série de pessoas, só que as condutas se confundem", salienta. Marcelo passa por audiência de custódia nesta quarta-feira (1°).

Os mandados expedidos para Mato Grosso do Sul foram cumpridos em Campo Grande e Ponta Porã, porém o número não foi informado pelo Gaeco. Em Uberlândia (MG), para onde ia parte das cargas de drogas, um suposto chefe do tráfico foi preso. O nome dele não foi divulgado.

Operação - A investigação revela que a quadrilha é especializada na remessa de grande quantidade de maconha, principalmente aos estados de São Paulo e Minas Gerais. A logística consiste em: adquirir drogas na região de fronteira; transportar até Campo Grande ou áreas rurais da região; e manter essas cargas em galpões/barracões e residências.

Depois, os criminosos utilizam transportadoras de fachada para contratar frete de cargas lícitas, onde as drogas são ocultadas e assim feito o transporte definitivo para outros estados.

Ainda, segundo a investigação que durou aproximadamente 18 meses, proprietários de transportadoras de cargas viabilizavam que os criminosos sempre contratassem o frete de cargas lícitas, tais como grãos e madeiras, que serviam para dificultar que a polícia descobrisse em eventual fiscalização nas estradas.

Durante o período de investigação, foram apreendidas pouco mais de 17 toneladas de maconha que pertenciam à organização criminosa, além da prisão em flagrante de 15 pessoas.

Descoberta - O esquema foi descoberto durante outra investigação sobre um sequestro em Uberlândia (MG) - operação chamada de "Tribunal do Crime" daquela cidade, ocorrida em 2022. O objetivo era cumprir seis mandados de busca e apreensão e cinco de prisão contra uma facção acusada de tortura, tentativa de homicídio e associação criminosa.

Naquele ano, uma vítima foi sequestrada no Bairro Morumbi no dia 28 de maio. Ela foi levada para o Assentamento Maná, onde foi torturada por um suposto desvio ocorrido junto à organização criminosa.

A prova produzida com a Operação Tribunal do Crime resultou na descoberta de 7 toneladas de maconha em um entreposto do Jardim Itamaracá, em Campo Grande, porém, apenas alguns integrantes da organização criminosa foram identificados e encontrados no local. O real proprietário ainda não tinha a identidade revelada.

Com o compartilhamento das provas, o Gaeco de Mato Grosso do Sul avançou nas investigações, que resultaram na deflagração da Operação Entrepostos.

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