ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, SEGUNDA  18    CAMPO GRANDE 25º

Cidades

Galpões que guardavam grande carga de maconha são alvos de operação do Gaeco

Campo Grande era entreposto para grandes cargas de maconha que saíam da fronteira com destino a outros estados

Por Dayene Paz | 31/10/2023 10:08
Caminhão com uma das grandes apreensões realizadas em Campo Grande durante os 18 meses de investigação. (Foto: Divulgação)
Caminhão com uma das grandes apreensões realizadas em Campo Grande durante os 18 meses de investigação. (Foto: Divulgação)

Barracões que servem de entreposto de drogas, em Campo Grande, são alvos de operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) nesta terça-feira (31). A investigação aponta que uma quadrilha utilizava logística sofisticada para levar drogas da fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai a outros estados.

Segundo o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), são cumpridos 33 mandados de prisão preventiva e 30 de busca e apreensão em MS e mais cinco estados: Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná e São Paulo.

Aqui em Mato Grosso do Sul, os mandados estão sendo cumpridos em Campo Grande, que funcionava como entreposto e Ponta Porã, por onde passava a carga. Não foram foram divulgados quantos mandados referente-se a esses municípios.

As diligências contam com apoio do Batalhão de Choque, Bope (Batalhão de Operações Especiais) e Força Tática, todos da Polícia Militar, além da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário).

A investigação revela que a quadrilha é especializada na remessa de grandes quantidades de maconha, principalmente aos estados de São Paulo e Minas Gerais. A logística consiste em: adquirir drogas na região de fronteira; transportar até Campo Grande ou áreas rurais da região; e manter essas cargas em galpões/barracões e residências.

Depois, os criminosos utilizam transportadoras de fachada para contratar frete de cargas lícitas, onde as drogas são ocultadas e assim feito o transporte definitivo para outros estados.

Ainda, segundo a investigação que durou aproximadamente 18 meses, proprietários de transportadoras de cargas viabilizavam que os criminosos sempre contratassem o frete de cargas lícitas, tais como grãos e madeiras, que serviam para dificultar que a polícia descobrisse em eventual fiscalização nas estradas.

Durante o período de investigação, foram apreendidas pouco mais de 17 toneladas de maconha que pertenciam à organização criminosa, além da prisão em flagrante de 15 pessoas.

Investigação - O esquema foi descoberto durante outra investigação sobre um sequestro em Uberlândia (MG) - operação chamada de "Tribunal do Crime" daquela cidade, ocorrida em 2022. O objetivo era cumprir seis mandados de busca e apreensão e cinco de prisão contra uma facção acusada de tortura, tentativa de homicídio e associação criminosa.

Naquele ano, uma vítima foi sequestrada no Bairro Morumbi no dia 28 de maio. Ela foi levada para o Assentamento Maná, onde foi torturada por um suposto desvio ocorrido junto à organização criminosa.

A prova produzida com a Operação Tribunal do Crime resultou na descoberta de 7 toneladas de maconha em um entreposto do Jardim Itamaracá, em Campo Grande, porém, apenas alguns integrantes da organização criminosa foram identificados e encontrados no local. O real proprietário ainda não tinha a identidade revelada.

Com o compartilhamento das provas, o Gaeco de Mato Grosso do Sul avançou nas investigações, que resultaram na deflagração da Operação Entrepostos hoje.

O nome da operação faz alusão ao fato de que a quadrilha locava grandes galpões ou barracões na capital de MS, que serviam de entreposto para o armazenamento temporário das drogas vindas da cidade fronteiriça de Ponta Porã, sendo que nesses locais ocorria o carregamento e a mescla com a carga lícita nos grandes caminhões que realizavam o transporte para o destino final: traficantes residentes em outros estados.

Apreensão no Itamaracá - Em 2022, nove pessoas foram presas pelo Batalhão de Choque, sendo: Bruno Tadeu Candido de Barros, de 28 anos; Deivison Flavio Mel de Barros, de 27; Edmar Alves Ferreira, 32; Felipe Odilon Gomes, 31; Jesse Ferreira Alves Junior, de 33; José Carlos Goncalves, 59; Marcos Antonio Nascimento de Brito, 45; Ricardo Franco de Freitas, 49; e Ronaldo de Oliveira dos Santos, de 27 anos.

Receba as principais notícias do Estado pelo celular. Clique aqui para entrar no canal do Campo Grande News.

Nos siga no Google Notícias