Galpões que guardavam grande carga de maconha são alvos de operação do Gaeco
Campo Grande era entreposto para grandes cargas de maconha que saíam da fronteira com destino a outros estados
Barracões que servem de entreposto de drogas, em Campo Grande, são alvos de operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) nesta terça-feira (31). A investigação aponta que uma quadrilha utilizava logística sofisticada para levar drogas da fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai a outros estados.
Segundo o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), são cumpridos 33 mandados de prisão preventiva e 30 de busca e apreensão em MS e mais cinco estados: Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná e São Paulo.
Aqui em Mato Grosso do Sul, os mandados estão sendo cumpridos em Campo Grande, que funcionava como entreposto e Ponta Porã, por onde passava a carga. Não foram foram divulgados quantos mandados referente-se a esses municípios.
As diligências contam com apoio do Batalhão de Choque, Bope (Batalhão de Operações Especiais) e Força Tática, todos da Polícia Militar, além da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário).
A investigação revela que a quadrilha é especializada na remessa de grandes quantidades de maconha, principalmente aos estados de São Paulo e Minas Gerais. A logística consiste em: adquirir drogas na região de fronteira; transportar até Campo Grande ou áreas rurais da região; e manter essas cargas em galpões/barracões e residências.
Depois, os criminosos utilizam transportadoras de fachada para contratar frete de cargas lícitas, onde as drogas são ocultadas e assim feito o transporte definitivo para outros estados.
Ainda, segundo a investigação que durou aproximadamente 18 meses, proprietários de transportadoras de cargas viabilizavam que os criminosos sempre contratassem o frete de cargas lícitas, tais como grãos e madeiras, que serviam para dificultar que a polícia descobrisse em eventual fiscalização nas estradas.
Durante o período de investigação, foram apreendidas pouco mais de 17 toneladas de maconha que pertenciam à organização criminosa, além da prisão em flagrante de 15 pessoas.
Investigação - O esquema foi descoberto durante outra investigação sobre um sequestro em Uberlândia (MG) - operação chamada de "Tribunal do Crime" daquela cidade, ocorrida em 2022. O objetivo era cumprir seis mandados de busca e apreensão e cinco de prisão contra uma facção acusada de tortura, tentativa de homicídio e associação criminosa.
Naquele ano, uma vítima foi sequestrada no Bairro Morumbi no dia 28 de maio. Ela foi levada para o Assentamento Maná, onde foi torturada por um suposto desvio ocorrido junto à organização criminosa.
A prova produzida com a Operação Tribunal do Crime resultou na descoberta de 7 toneladas de maconha em um entreposto do Jardim Itamaracá, em Campo Grande, porém, apenas alguns integrantes da organização criminosa foram identificados e encontrados no local. O real proprietário ainda não tinha a identidade revelada.
Com o compartilhamento das provas, o Gaeco de Mato Grosso do Sul avançou nas investigações, que resultaram na deflagração da Operação Entrepostos hoje.
O nome da operação faz alusão ao fato de que a quadrilha locava grandes galpões ou barracões na capital de MS, que serviam de entreposto para o armazenamento temporário das drogas vindas da cidade fronteiriça de Ponta Porã, sendo que nesses locais ocorria o carregamento e a mescla com a carga lícita nos grandes caminhões que realizavam o transporte para o destino final: traficantes residentes em outros estados.
Apreensão no Itamaracá - Em 2022, nove pessoas foram presas pelo Batalhão de Choque, sendo: Bruno Tadeu Candido de Barros, de 28 anos; Deivison Flavio Mel de Barros, de 27; Edmar Alves Ferreira, 32; Felipe Odilon Gomes, 31; Jesse Ferreira Alves Junior, de 33; José Carlos Goncalves, 59; Marcos Antonio Nascimento de Brito, 45; Ricardo Franco de Freitas, 49; e Ronaldo de Oliveira dos Santos, de 27 anos.
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