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Cidades

Professor acreditava estar aposentado da UFGD e relata “grande mal-entendido”

O servidor se diz vítima de série de equívocos e perseguição política em Paranavaí

Aline dos Santos | 14/04/2021 10:39
Sergio Luiz acumulou cargo na UFGD, com salário de R$ 18 mil, e na Câmara de Paranavaí. (Foto: Reprodução/Facebook)
Sergio Luiz acumulou cargo na UFGD, com salário de R$ 18 mil, e na Câmara de Paranavaí. (Foto: Reprodução/Facebook)

O professor Sérgio Luiz Carlos dos Santos afirma que acumulou dois cargos públicos, o que contraria a Constituição Federal, devido a um grande mal-entendido, pois acreditava já estar aposentado na UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), onde tem remuneração de R$ 18 mil. Neste ano, ele assumiu cargo comissionado na Câmara Municipal de Paranavaí (Paraná) e acabou exonerado.

“Ao saber da irregularidade, solicitei exoneração do cargo de imediato e estou aguardando a guia de recolhimento para devolver os salários percebidos [na Câmara]”, afirma Sergio Luiz. O valor a ser devolvido para o município é em torno de R$ 10 mil.

O servidor relata uma série de equívocos. Ele soube que tinha direito a se aposentar desde 12 de outubro de 2019 e o processo foi aberto em 2020. Na sequência em fevereiro deste ano, recebeu um áudio da diretora da FAED (Faculdade de Educação) informando que sua aposentadoria havia sido  assinada pela então reitora Mirlene Ferreira Macedo Damazio. No entanto, a reitora, de acordo com ele, assinou a aposentadoria de outro professor também chamado Sergio.

Neste intervalo, a diretora que enviou o áudio comunicando a aposentadoria passou período internada com covid-19.

“Com o áudio da minha diretora, que alegou estar aposentado e como não sou administrativo e sim cientista, aceitei o cargo [na Câmara]. Logo em seguida, minha diretora contraiu covid e ficou entre a vida e a morte. Sou vítima de um grande mal-entendido provocado pelo internamento da diretora por covid-19 e equívoco da ex-reitora, que não teve culpa ao comunicar à diretora o nome de outro professor Sergio”, diz Sérgio Luiz.

Ainda segundo o docente, que tem 35 anos de carreira, a remuneração bruta de R$ 18,4 mil é muito pouco para quem dedicou a vida a formar professores e cidadãos.

Considerando estar aposentado, ele se mudou para o interior do Paraná, onde tem família, e recebeu o convite para integrar a equipe do vereador Roberto Cauneto Picoreli (PP), o Pó Royal.

Sergio foi exonerado da Câmara Municipal e avalia que o equívoco sobre a aposentadoria teve uso político após Pó Royal cobrar explicações da prefeitura de Paranavaí sobre o uso da verba de R$ 16 milhões enviada pelo governo federal.

O professor informa que aguarda a publicação da aposentadoria na UFGD. Na terça-feira (dia 13), a universidade informou que não tinha conhecimento do fato, e não foi notificada por nenhum órgão ou cidadão até o presente momento.

Ainda de acordo com a instituição, o servidor veio para Dourados por meio de  redistribuição da UFPR (Universidade Federal do Paraná)  em 2019. A universidade informa que irá apurar a veracidade da informação e, caso necessário, tomará as medidas cabíveis.

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