Protesto na Bolívia continua e fronteira segue hoje fechada
Somente pedestres podem passar de Corumbá para Puerto Quijarro, cidade fronteiriça boliviana
A fronteira entre Brasil e Bolívia, por meio do município de Corumbá, a 428 quilômetros de Campo Grande, segue fechada nesta terça-feira (9), em protesto contra o adiamento do Censo Demográfico do país vizinho.
O último levantamento foi feito em 2012 e serve para definir políticas públicas e distribuição de recursos para as cidades. Segundo o presidente da Setlog Pantanal (Sindicato das Empresas de Transporte e Logística do Pantanal), Lourival Junior, a passagem de veículos permanece fechada durante a manhã.
Por enquanto, apenas pedestres podem passar de um lado para o outro. Caminhoneiros aderiram à paralisação, prevista para acontecer entre ontem e hoje. Outras duas regiões do país boliviano têm atos semelhantes.
Motivações - O governo presidido por Luis Arce (MAS) adiou a pesquisa para 2024, sendo que inicialmente, seria feita em novembro de 2022. Este é o segundo "Paro Cívico" em protesto ao adiamento - o primeiro foi em 25 de julho.
O departamento de Santa Cruz, onde está situada a cidade mais populosa do país, além de Puerto Quijarro, no limite com Corumbá, tem apoiado as manifestações. O governador Luis Fernando Camacho (UCS), de oposição, declarou estar do lado do movimento.
A justificativa é que as regiões são prejudicadas na redistribuição de recursos econômicos públicos, por conta do adiamento do recenseamento, já que os dados utilizados são defasados.
O Poder Executivo, no entanto, admite que não há condições técnicas para o mapeamento este ano, por conta dos efeitos socioeconômicos provocados pela pandemia da covid-19.
Em diferentes pontos da Bolívia, sobretudo em Santa Cruz de La Sierra, civis montaram barricadas com terra, paus, pedras e pneus para impedir o trânsito nas principais vias da cidade.