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Cidades

Reações adversas à cloroquina podem ter levado 9 pessoas à morte no Brasil

Em MS, conforme dados do painel, pelo uso de hidroxicloroquina, um caso de evento adverso foi registrado

Lucia Morel | 05/04/2021 17:45
Cartaz com recomendações de como se prevenir do contágio pelo novo coronavírus. (Foto: Henrique Kawaminami)
Cartaz com recomendações de como se prevenir do contágio pelo novo coronavírus. (Foto: Henrique Kawaminami)

O uso de cloroquina, hidroxicloroquina e sulfato de hidroxicloroquina causaram nove mortes no Brasil, segundo levantamento do O Globo feito a partir de dados do Painel de Notificações de Farmacovigilância mantido pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

O material ressalta também aumento expressivo na quantidade de efeitos adversos registrados depois do uso desses medicamentos entre 2019 e 2020, chegando a 558% no caso específico da cloroquina, cujo salto foi de 139 há dois anos, para 916 no ano passado.

Em Mato Grosso do Sul, conforme dados do painel, pelo uso de hidroxicloroquina, um caso de evento adverso foi registrado, que foi um ritmo anormal do batimento cardíaco, que segundo a notificação, é considerado de ameaça à vida, já que tal alteração pode levar à morte.

A reportagem do O Globo informa também que do total de eventos adversos notificados, 96% se concentram no Amazonas, um dos estados que mais sofreram com a pandemia.

Entre os principais efeitos adversos notificados estão: distúrbios dos sistemas nervoso, gastrointestinal, psiquiátrico e cardíaco.

Outros medicamentos que tiveram crescimento no número de notificações de efeitos adversos foram a hidroxicloroquina e o sulfato de hidroxicloroquina.

De acordo com o painel, em 2019, nenhuma notificação havia sido registrada sobre o uso desses remédios. Em 2020, no entanto, foram registradas 168 notificações.

Segundo o painel, foram registradas oito mortes como resultado do uso do medicamento. Entre os principais efeitos notificados estão: taquicardia, náuseas, vômito e tontura. O estado que mais concentrou as notificações foi São Paulo, com 44% do total.

A azitromicina, que também faz parte do kit, também registrou aumento no número de efeitos adversos notificados. Em 2019 foram 25. Em 2020, o número saltou para 82, uma variação de 228%.

Por fim, outro integrante do “kit Covid” que teve aumento no número de notificações é a ivermectina. Em 2019, não houve nenhuma notificação relacionada ao medicamento. Em 2020, foram 11. Recentemente, médicos alertaram que pelo menos quatro pacientes que fizeram uso indiscriminado de ivermectina foram encaminhados à fila do transplante de fígado.

Sobre o painel – o painel da Anvisa reproduz as notificações recebidas de todo o Brasil sobre efeitos adversos relativos ao uso de algum tipo de medicamento. Ele faz parte do VigiMed, um sistema informatizado de notificações implantado em dezembro de 2018 pela agência.

Um efeito adverso é uma reação inesperada do paciente após receber uma medicação específica. Essas notificações podem ser feitas tanto por empresas, profissionais e serviço de saúde como pelos próprios pacientes.

De acordo com a Anvisa, as notificações representam “suspeitas” e nem todas são investigadas. Ainda de acordo com a agência, apesar de as notificações estarem associadas a um determinado medicamento, os efeitos adversos registrados podem ter relação com outras substâncias.

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