Suspeito de matar acadêmico de Medicina no PR usou perfis fakes em aplicativos
Polícia apura tese de que criminoso em série esteja agindo contra homossexuais em Curitiba
A Polícia Civil já tem um suspeito de ter cometido o assassinato do estudante campo-grandense, Marcos Vinício Bozzana da Fonseca, de 25 anos, em Curitiba (PR). A equipe da DHPP (Delegacia de Homicídios) agora tenta identificá-lo e trabalha para traçar as rotas feitas pelo suposto assassino e assim, chegar até ele.
O homem usou perfis fakes para pedir corridas por aplicativos, mas a investigação conseguiu imagens dele por meio das câmeras de segurança que monitoravam o condomínio onde Marcos morava e a região. “Temos a foto de um suspeito, mas informações muito incipientes ainda”, disse o delegado Thiago Nóbrega, sem dar muitos detalhes, para não atrapalhar as apurações. As imagens também não são divulgadas por enquanto.
O responsável pelo caso afirma que o trabalho de campo está avançado, mas que a equipe ainda aguarda a chegada de laudos periciais para tirar mais conclusões.
O delegado confirma que em paralelo ao inquérito da morte do acadêmico de Medicina sul-mato-grossense, a polícia investiga o assassinato do enfermeiro David Levisio, de 30 anos, em busca de conexões.
Teses investigatórias - Há duas principais linhas de investigação: de que foram de crimes de ódio, uma vez que as duas vítimas eram homossexuais, ou latrocínios. “Há essa possibilidade sim [do assassino ser o mesmo], até pelas imagens que estamos coletando, mas ainda estamos trançando o perfil. É difícil a gente falar em serial killer nesse momento, se as duas mortes têm conexão, se é a mesma pessoa que está matando por questões homofóbicas”.
As semelhanças entre os casos foram listadas por jornais online e programas jornalísticos em emissoras de televisão de Curitiba. Os dois jovens eram da área da saúde e moravam sozinhos, em endereços relativamente próximos – Marcos Vinício no Bairro Portão e David, na Vila Lindóia.
Ambos eram usuários de um mesmo aplicativo de relacionamentos, confirmou o delegado, e haviam marcado encontros. Nenhum dos apartamentos foi arrombado e as vítimas foram encontradas mortas após “sumirem”, depois que familiares e amigos estranharam a falta de comunicação pelo celular. O corpo do campo-grandense foi achado na tarde da quarta-feira passada, 5 de maio, oito dias depois do homicídio do enfermeiro ser descoberto.
As duas vítimas possivelmente foram asfixiadas. Marcos foi encontrado com o cobertor sobre a cabeça, embora não houve sinais de luta no apartamento. Já o assassinato de David parece ter sido mais violento. Ele foi encontrado com as mãos amarradas e marcas de tortura, mas também pode ter sido sufocado até a morte. Somente os laudos necroscópicos vão confirmar as causas dos óbitos.
Mais um ponto em comum é que objetos de valor foram levados das duas vítimas – notebooks e celular. É aí que entra a hipótese de latrocínio. “O intuito do assassino pode ser roubar”, afirmou Thiago Nóbrega.
O delegado afirma que já ouviu várias testemunhas nas duas investigações. Na DHPP, pai, mãe e tia de Marcos deram informações relevantes para a investigação.